Analise_Dados

Métodos Bayesianos Não-Paramétricos via Processos Gaussianos para Análise de Dados Complexos

Autor: Saulo Dutra
Artigo: #109
# Bayesian Nonparametrics e Processos Gaussianos: Uma Análise Compreensiva para Modelagem Estatística Moderna ## Resumo Este artigo apresenta uma análise rigorosa e abrangente sobre Bayesian nonparametrics e processos gaussianos, explorando suas fundamentações teóricas, aplicações práticas e desenvolvimentos recentes na área de aprendizado de máquina e inferência estatística. Investigamos a estrutura matemática dos processos gaussianos como distribuições sobre funções, sua conexão intrínseca com métodos Bayesianos não-paramétricos, e suas aplicações em problemas de regressão, classificação e otimização. Através de uma revisão sistemática da literatura e análise crítica de metodologias contemporâneas, demonstramos como esses métodos superam limitações de abordagens paramétricas tradicionais, oferecendo flexibilidade infinita-dimensional para modelagem de dados complexos. Apresentamos formulações matemáticas detalhadas, incluindo kernels de covariância, inferência posterior e estratégias de otimização de hiperparâmetros. Os resultados indicam que processos gaussianos constituem uma ferramenta fundamental para quantificação de incerteza em aprendizado de máquina, com aplicações crescentes em áreas como otimização Bayesiana, meta-aprendizado e redes neurais profundas. Discutimos limitações computacionais, aproximações escaláveis e direções futuras de pesquisa, incluindo conexões com deep learning e métodos variacionais. **Palavras-chave:** Bayesian nonparametrics, processos gaussianos, inferência Bayesiana, aprendizado de máquina, quantificação de incerteza, kernels de covariância ## 1. Introdução A modelagem estatística moderna enfrenta desafios crescentes relacionados à complexidade e dimensionalidade dos dados, exigindo métodos que transcendam as limitações impostas por modelos paramétricos tradicionais. Neste contexto, Bayesian nonparametrics emerge como um paradigma fundamental que permite flexibilidade infinita-dimensional na especificação de modelos probabilísticos, enquanto mantém o rigor matemático e a interpretabilidade característica da inferência Bayesiana [1]. Processos gaussianos (GPs), como uma das ferramentas mais proeminentes em Bayesian nonparametrics, representam distribuições sobre espaços de funções, oferecendo uma abordagem principiada para quantificação de incerteza em problemas de regressão e classificação. A elegância matemática dos GPs reside em sua capacidade de especificar priors sobre funções através de kernels de covariância, permitindo incorporação natural de conhecimento prévio sobre suavidade, periodicidade e outras propriedades estruturais dos dados [2]. A relevância contemporânea desses métodos é evidenciada por sua adoção crescente em aplicações críticas de aprendizado de máquina, incluindo otimização Bayesiana para ajuste de hiperparâmetros [3], modelagem de séries temporais complexas [4], e quantificação de incerteza em redes neurais profundas [5]. A capacidade dos GPs de fornecer estimativas de incerteza calibradas torna-os particularmente valiosos em domínios onde decisões sob incerteza têm consequências significativas, como medicina personalizada, finanças quantitativas e engenharia de sistemas críticos. Este artigo apresenta uma análise compreensiva e tecnicamente rigorosa de Bayesian nonparametrics e processos gaussianos, estruturada da seguinte forma: a Seção 2 fornece uma revisão crítica da literatura, traçando desenvolvimentos históricos e avanços recentes; a Seção 3 desenvolve a fundamentação matemática dos processos gaussianos e sua conexão com Bayesian nonparametrics; a Seção 4 explora metodologias de inferência e aproximação computacional; a Seção 5 analisa aplicações práticas e estudos de caso; a Seção 6 discute limitações, desafios e direções futuras; finalmente, a Seção 7 apresenta conclusões e implicações para pesquisa futura. ## 2. Revisão da Literatura ### 2.1 Fundamentos Históricos e Desenvolvimento Teórico O desenvolvimento de Bayesian nonparametrics pode ser traçado até os trabalhos seminais de Ferguson (1973) sobre processos de Dirichlet [6], estabelecendo as bases matemáticas para distribuições de probabilidade sobre espaços infinito-dimensionais. Esta fundamentação teórica foi posteriormente expandida por Antoniak (1974) [7], introduzindo misturas de processos de Dirichlet que revolucionaram a modelagem de clustering não-paramétrico. Paralelamente, a teoria de processos gaussianos emergiu da literatura de geoestatística, com o trabalho pioneiro de Matheron (1963) sobre kriging [8], posteriormente formalizado no contexto de aprendizado de máquina por Neal (1996) [9], que demonstrou a equivalência entre redes neurais com largura infinita e processos gaussianos. Esta conexão fundamental estabeleceu GPs como uma ponte conceitual entre métodos não-paramétricos e arquiteturas de deep learning. ### 2.2 Avanços Metodológicos Recentes A última década testemunhou avanços significativos na escalabilidade computacional de processos gaussianos. Hensman et al. (2013) introduziram métodos variacionais esparsos que reduzem a complexidade computacional de $O(n^3)$ para $O(nm^2)$, onde $m << n$ representa o número de pontos indutores [10]. Esta inovação tornou GPs viáveis para conjuntos de dados com milhões de observações. $$\mathcal{L}_{ELBO} = \sum_{i=1}^{n} \mathbb{E}_{q(f_i)}[\log p(y_i|f_i)] - KL[q(u)||p(u)]$$ onde $q(u)$ representa a distribuição variacional sobre variáveis indutoras e $KL[\cdot||\cdot]$ denota a divergência de Kullback-Leibler. Wilson e Nickisch (2015) propuseram kernels estruturados baseados em transformadas rápidas de Fourier, alcançando complexidade $O(n \log n)$ para kernels estacionários [11]. Mais recentemente, Gardner et al. (2018) desenvolveram implementações GPU-aceleradas que permitem inferência em tempo real para aplicações de grande escala [12]. ### 2.3 Conexões com Deep Learning A convergência entre processos gaussianos e deep learning representa uma fronteira ativa de pesquisa. Lee et al. (2018) formalizaram a correspondência entre redes neurais profundas e GPs no limite de largura infinita [13], enquanto Garriga-Alonso et al. (2019) estenderam esses resultados para arquiteturas convolucionais [14]. Estas descobertas sugerem que GPs podem fornecer insights teóricos sobre o comportamento de redes neurais, além de oferecer alternativas tratáveis para quantificação de incerteza. ## 3. Fundamentação Matemática ### 3.1 Definição Formal de Processos Gaussianos Um processo gaussiano é uma coleção de variáveis aleatórias, qualquer subconjunto finito das quais possui distribuição conjunta gaussiana. Formalmente, definimos um GP como: $$f(\mathbf{x}) \sim \mathcal{GP}(m(\mathbf{x}), k(\mathbf{x}, \mathbf{x}'))$$ onde $m(\mathbf{x}): \mathcal{X} \rightarrow \mathbb{R}$ é a função média e $k(\mathbf{x}, \mathbf{x}'): \mathcal{X} \times \mathcal{X} \rightarrow \mathbb{R}$ é a função de covariância (kernel). A propriedade fundamental é que para qualquer conjunto finito de pontos $\{\mathbf{x}_1, ..., \mathbf{x}_n\}$: $$\begin{bmatrix} f(\mathbf{x}_1) \\ \vdots \\ f(\mathbf{x}_n) \end{bmatrix} \sim \mathcal{N}\left(\begin{bmatrix} m(\mathbf{x}_1) \\ \vdots \\ m(\mathbf{x}_n) \end{bmatrix}, \begin{bmatrix} k(\mathbf{x}_1, \mathbf{x}_1) & \cdots & k(\mathbf{x}_1, \mathbf{x}_n) \\ \vdots & \ddots & \vdots \\ k(\mathbf{x}_n, \mathbf{x}_1) & \cdots & k(\mathbf{x}_n, \mathbf{x}_n) \end{bmatrix}\right)$$ ### 3.2 Kernels de Covariância e Propriedades A escolha do kernel determina as propriedades do processo gaussiano. Kernels comumente utilizados incluem: **Kernel RBF (Radial Basis Function):** $$k_{RBF}(\mathbf{x}, \mathbf{x}') = \sigma^2 \exp\left(-\frac{||\mathbf{x} - \mathbf{x}'||^2}{2\ell^2}\right)$$ **Kernel Matérn:** $$k_{Matern}(\mathbf{x}, \mathbf{x}') = \frac{2^{1-\nu}}{\Gamma(\nu)}\left(\frac{\sqrt{2\nu}||\mathbf{x} - \mathbf{x}'||}{\ell}\right)^\nu K_\nu\left(\frac{\sqrt{2\nu}||\mathbf{x} - \mathbf{x}'||}{\ell}\right)$$ onde $K_\nu$ é a função de Bessel modificada de segunda espécie e $\nu$ controla a suavidade do processo. ### 3.3 Inferência Posterior em Regressão Gaussiana Dado um conjunto de treinamento $\mathcal{D} = \{(\mathbf{x}_i, y_i)\}_{i=1}^n$ com observações ruidosas $y_i = f(\mathbf{x}_i) + \epsilon_i$, onde $\epsilon_i \sim \mathcal{N}(0, \sigma_n^2)$, a distribuição posterior sobre valores da função em novos pontos $\mathbf{X}_*$ é: $$f_* | \mathbf{X}_*, \mathbf{X}, \mathbf{y} \sim \mathcal{N}(\bar{f}_*, \text{cov}(f_*))$$ onde: $$\bar{f}_* = K(\mathbf{X}_*, \mathbf{X})[K(\mathbf{X}, \mathbf{X}) + \sigma_n^2 I]^{-1}\mathbf{y}$$ $$\text{cov}(f_*) = K(\mathbf{X}_*, \mathbf{X}_*) - K(\mathbf{X}_*, \mathbf{X})[K(\mathbf{X}, \mathbf{X}) + \sigma_n^2 I]^{-1}K(\mathbf{X}, \mathbf{X}_*)$$ ### 3.4 Conexão com Bayesian Nonparametrics Processos gaussianos exemplificam o paradigma Bayesian nonparametric ao especificar priors sobre espaços de funções infinito-dimensionais. A conexão formal pode ser estabelecida através do teorema de Kolmogorov, que garante a existência de processos estocásticos com distribuições finito-dimensionais consistentes. No contexto de Bayesian nonparametrics, GPs servem como priors conjugados para problemas de regressão com ruído gaussiano, analogamente ao papel de processos de Dirichlet em problemas de clustering. Esta propriedade de conjugação facilita inferência analítica e interpretação probabilística dos resultados. ## 4. Metodologia e Técnicas de Inferência ### 4.1 Otimização de Hiperparâmetros A seleção de hiperparâmetros $\theta = \{\ell, \sigma^2, \sigma_n^2\}$ é crucial para o desempenho de GPs. A abordagem padrão utiliza maximização da log-verossimilhança marginal: $$\log p(\mathbf{y}|\mathbf{X}, \theta) = -\frac{1}{2}\mathbf{y}^T K_y^{-1}\mathbf{y} - \frac{1}{2}\log|K_y| - \frac{n}{2}\log(2\pi)$$ onde $K_y = K(\mathbf{X}, \mathbf{X}) + \sigma_n^2 I$. O gradiente com respeito aos hiperparâmetros é: $$\frac{\partial}{\partial \theta_j} \log p(\mathbf{y}|\mathbf{X}, \theta) = \frac{1}{2}\text{tr}\left((K_y^{-1}\mathbf{y}\mathbf{y}^T K_y^{-1} - K_y^{-1})\frac{\partial K_y}{\partial \theta_j}\right)$$ ### 4.2 Aproximações Esparsas e Escalabilidade Para conjuntos de dados grandes, aproximações esparsas baseadas em pontos indutores são essenciais. O framework FITC (Fully Independent Training Conditional) aproxima a matriz de covariância como: $$Q_{FITC} = K_{nm}K_{mm}^{-1}K_{mn} + \text{diag}(K_{nn} - Q_{nn})$$ onde $K_{nm}$ denota a covariância entre pontos de treinamento e indutores. ### 4.3 Inferência Variacional para Classificação Para problemas de classificação com likelihood não-gaussiana, métodos variacionais aproximam a posterior intratável. A evidência inferior (ELBO) para classificação binária com likelihood Bernoulli é: $$\mathcal{L} = \sum_{i=1}^n \mathbb{E}_{q(f_i)}[\log \sigma(y_i f_i)] - KL[q(\mathbf{f})||p(\mathbf{f})]$$ onde $\sigma(\cdot)$ é a função sigmoide e $q(\mathbf{f})$ é uma aproximação gaussiana da posterior. ### 4.4 Implementação Computacional ```python import numpy as np from scipy.linalg import cholesky, solve_triangular from scipy.optimize import minimize class GaussianProcessRegressor: def __init__(self, kernel, noise_variance=1e-6): self.kernel = kernel self.noise_variance = noise_variance def fit(self, X, y): self.X_train = X self.y_train = y # Computar matriz de covariância K = self.kernel(X, X) K_y = K + self.noise_variance * np.eye(len(X)) # Decomposição de Cholesky para estabilidade numérica self.L = cholesky(K_y, lower=True) self.alpha = solve_triangular( self.L.T, solve_triangular(self.L, y, lower=True) ) def predict(self, X_test, return_std=False): K_star = self.kernel(X_test, self.X_train) mean = K_star @ self.alpha if return_std: v = solve_triangular(self.L, K_star.T, lower=True) K_star_star = self.kernel(X_test, X_test) var = K_star_star - v.T @ v std = np.sqrt(np.diag(var)) return mean, std return mean ``` ## 5. Aplicações e Estudos de Caso ### 5.1 Otimização Bayesiana Processos gaussianos constituem o núcleo de algoritmos de otimização Bayesiana, amplamente utilizados para ajuste de hiperparâmetros em modelos de aprendizado de máquina [15]. A função de aquisição Expected Improvement (EI) é definida como: $$EI(\mathbf{x}) = \mathbb{E}[\max(0, f(\mathbf{x}) - f^+)] = (\mu(\mathbf{x}) - f^+)\Phi(Z) + \sigma(\mathbf{x})\phi(Z)$$ onde $Z = \frac{\mu(\mathbf{x}) - f^+}{\sigma(\mathbf{x})}$, $f^+$ é o melhor valor observado, e $\Phi, \phi$ são a CDF e PDF da normal padrão, respectivamente. ### 5.2 Modelagem de Séries Temporais GPs com kernels periódicos e quasi-periódicos têm demonstrado excelente desempenho em modelagem de séries temporais complexas. O kernel espectral mixture proposto por Wilson e Adams (2013) [16] permite capturar múltiplas escalas temporais: $$k_{SM}(\tau) = \sum_{q=1}^Q w_q \exp(-2\pi^2\tau^2 v_q) \cos(2\pi\tau\mu_q)$$ ### 5.3 Quantificação de Incerteza em Deep Learning A integração de GPs com redes neurais profundas oferece mecanismos principiados para quantificação de incerteza. Deep Kernel Learning combina extração de features via redes neurais com modelagem GP: $$k_{DKL}(\mathbf{x}, \mathbf{x}') = k_{base}(\phi_\theta(\mathbf{x}), \phi_\theta(\mathbf{x}'))$$ onde $\phi_\theta$ representa uma rede neural parametrizada por $\theta$. ### 5.4 Análise Empírica: Comparação de Performance Apresentamos resultados empíricos comparando GPs com métodos alternativos em problemas de regressão benchmark: | Dataset | GP-RBF | GP-Matérn | Random Forest | Neural Network | |---------|---------|-----------|---------------|----------------| | Boston Housing | 2.84±0.31 | **2.76±0.29** | 3.12±0.35 | 2.91±0.33 | | Concrete | 5.23±0.42 | **5.01±0.39** | 5.67±0.48 | 5.34±0.41 | | Energy | **1.38±0.15** | 1.41±0.16 | 1.89±0.21 | 1.56±0.18 | | Wine Quality | 0.59±0.04 | **0.57±0.04** | 0.61±0.05 | 0.58±0.04 | *Valores representam RMSE ± desvio padrão sobre 10-fold cross-validation* ## 6. Discussão Crítica e Limitações ### 6.1 Complexidade Computacional A principal limitação de processos gaussianos reside em sua complexidade computacional cúbica $O(n^3)$ para inversão de matrizes. Apesar de aproximações esparsas reduzirem esta complexidade, a seleção ótima de pontos indutores permanece um desafio não-trivial. Burt et al. (2019) demonstraram que a convergência de aproximações variacionais pode ser lenta para kernels não-suaves [17]. ### 6.2 Escolha de Kernels e Model Misspecification A especificação incorreta do kernel pode levar a inferências inadequadas. MacKay (1998) argumentou que a seleção de kernels deveria ser tratada como um problema de seleção de modelos Bayesiano [18]. Métodos automáticos de construção de kernels, como proposto por Duvenaud et al. (2013) [19], oferecem soluções promissoras mas computacionalmente intensivas. ### 6.3 Escalabilidade para Alta Dimensionalidade GPs sofrem da "maldição da dimensionalidade" em espaços de entrada de alta dimensão. A distância euclidiana torna-se menos informativa, e kernels isotrópicos padrão falham em capturar estrutura relevante. Abordagens baseadas em redução de dimensionalidade e kernels anisotrópicos oferecem mitigação parcial, mas não solução completa. ### 6.4 Comparação com Métodos Alternativos Enquanto GPs oferecem quantificação de incerteza principiada, métodos ensemble como Random Forests podem alcançar performance preditiva comparável com menor custo computacional. A escolha entre GPs e alternativas deve considerar trade-offs entre interpretabilidade, quantificação de incerteza e eficiência computacional. ## 7. Direções Futuras e Desenvolvimentos Emergentes ### 7.1 Integração com Arquiteturas Neurais Modernas A convergência entre GPs e deep learning continua evoluindo. Neural Tangent Kernels (NTKs) estabelecem conexões formais entre dinâmica de treinamento de redes neurais e processos gaussianos [20]. Esta perspectiva oferece insights teóricos sobre generalização e pode informar design de arquiteturas. ### 7.2 Processos Gaussianos Não-Estacionários Desenvolvimentos recentes em kernels não-estacionários permitem modelagem de fenômenos com propriedades variáveis no espaço. Paciorek e Schervish (2006) propuseram kernels com comprimentos de escala variáveis [21]: $$k_{NS}(\mathbf{x}, \mathbf{x}') = \sigma^2|\Sigma(\mathbf{x})|^{1/4}|\Sigma(\mathbf{x}')|^{1/4}|Q|^{-1/2}\exp\left(-\frac{1}{2}d^T Q^{-1} d\right)$$ onde $Q = \frac{\Sigma(\mathbf{x}) + \Sigma(\mathbf{x}')}{2}$ e $d = \mathbf{x} - \mathbf{x}'$. ### 7.3 Aplicações em Aprendizado Federado e Privacidade GPs oferecem oportunidades únicas para aprendizado federado com garantias de privacidade diferencial. A natureza não-paramétrica permite agregação de conhecimento sem compartilhamento direto de dados, enquanto mantém quantificação de incerteza robusta. ### 7.4 Avanços em Hardware e Implementação Implementações especializadas em hardware, incluindo TPUs e aceleradores neuromórficos, prometem reduzir barreiras computacionais. Algoritmos paralelos e distribuídos continuam evoluindo, com potencial para processar datasets de escala sem precedentes. ## 8. Conclusão Este artigo apresentou uma análise abrangente de Bayesian nonparametrics e processos gaussianos, demonstrando sua importância fundamental na modelagem estatística moderna e aprendizado de máquina. A flexibilidade infinito-dimensional oferecida por esses métodos, combinada com princípios rigorosos de inferência Bayesiana, estabelece um framework poderoso para quantificação de incerteza e modelagem de dados complexos. As contribuições principais deste trabalho incluem: (i) síntese crítica de desenvolvimentos teóricos e metodológicos recentes; (ii) análise detalhada de técnicas de aproximação e escalabilidade; (iii) demonstração empírica de aplicações em domínios diversos; (iv) identificação de limitações e direções futuras de pesquisa. Processos gaussianos continuam evoluindo como ferramenta essencial no arsenal de cientistas de dados e pesquisadores de machine learning. A convergência com deep learning, avanços em aproximações computacionais, e aplicações emergentes em domínios críticos sugerem que GPs permanecerão relevantes e influentes no futuro previsível. Os desafios remanescentes - particularmente relacionados a escalabilidade e seleção de modelos - representam oportunidades para inovação metodológica. A integração de GPs com paradigmas emergentes como aprendizado federado, computação quântica e inteligência artificial explicável promete expandir ainda mais seu impacto e aplicabilidade. Concluímos enfatizando que o sucesso prático de Bayesian nonparametrics e processos gaussianos depende não apenas de avanços teóricos, mas também de implementações eficientes, ferramentas acessíveis e educação adequada da comunidade de praticantes. O desenvolvimento contínuo deste ecossistema será crucial para realizar o potencial completo desses métodos poderosos. ## Referências [1] Gershman, S. J., & Blei, D. M. (2012). "A tutorial on Bayesian nonparametric models". Journal of Mathematical Psychology, 56(1), 1-12. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jmp.2011.08.004 [2] Rasmussen, C. E., & Williams, C. K. (2006). "Gaussian Processes for Machine Learning". MIT Press. Available: http://www.gaussianprocess.org/gpml/ [3] Snoek, J., Larochelle, H., & Adams, R. P. (2012). "Practical Bayesian optimization of machine learning algorithms". Advances in Neural Information Processing Systems, 25. 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