Economia
Modelos DSGE com Agentes Heterogêneos: Implicações para Política Monetária e Fiscal
Autor: Saulo Dutra
Artigo: #114
# Modelos DSGE com Agentes Heterogêneos (HANK): Uma Análise Teórica e Empírica Contemporânea
## Resumo
Este artigo apresenta uma análise abrangente dos modelos de Equilíbrio Geral Dinâmico Estocástico com Agentes Heterogêneos (HANK - Heterogeneous Agent New Keynesian), examinando seus fundamentos teóricos, desenvolvimentos metodológicos e implicações para a política econômica. A pesquisa demonstra como a incorporação de heterogeneidade nos agentes econômicos altera fundamentalmente as previsões dos modelos macroeconômicos tradicionais, particularmente no que se refere à transmissão da política monetária e fiscal. Através de uma revisão sistemática da literatura e análise matemática rigorosa, identificamos que os modelos HANK capturam melhor a distribuição de renda e riqueza observada empiricamente, gerando multiplicadores fiscais substancialmente diferentes dos modelos RANK (Representative Agent New Keynesian). As evidências sugerem que a heterogeneidade amplifica os efeitos de políticas econômicas através de canais de distribuição anteriormente negligenciados, com implicações críticas para o desenho de políticas ótimas em economias caracterizadas por desigualdade crescente.
**Palavras-chave:** DSGE, Agentes Heterogêneos, HANK, Política Monetária, Heterogeneidade, Fricções Financeiras
## 1. Introdução
A modelagem macroeconômica passou por transformações paradigmáticas nas últimas duas décadas, particularmente após a crise financeira global de 2008, que expôs limitações fundamentais dos modelos de agente representativo. Os modelos DSGE com agentes heterogêneos (HANK) emergem como uma resposta teórica e empírica às críticas direcionadas aos modelos tradicionais, incorporando explicitamente a heterogeneidade na renda, riqueza e acesso ao mercado de crédito dos agentes econômicos.
A importância dessa abordagem reside na capacidade de capturar fenômenos macroeconômicos que são intrinsecamente ligados à distribuição de recursos na economia. Como demonstrado por Kaplan et al. (2018), a resposta agregada ao consumo após um choque de política monetária difere substancialmente quando consideramos a heterogeneidade dos agentes, particularmente a presença de consumidores com restrições de liquidez.
O objetivo principal deste artigo é fornecer uma análise sistemática e rigorosa dos modelos HANK, examinando seus fundamentos microeconômicos, propriedades de equilíbrio e implicações para a condução de política econômica. Especificamente, investigamos:
1. A estrutura matemática e computacional dos modelos HANK
2. Os mecanismos de transmissão de política econômica sob heterogeneidade
3. As evidências empíricas que suportam ou contradizem as previsões desses modelos
4. As implicações normativas para o desenho de políticas ótimas
## 2. Revisão da Literatura
### 2.1 Evolução Histórica dos Modelos DSGE
A trajetória dos modelos DSGE pode ser traçada desde os trabalhos seminais de Kydland e Prescott (1982) sobre ciclos reais de negócios. A incorporação de rigidezes nominais por Christiano et al. (2005) estabeleceu o paradigma dos modelos Novo-Keynesianos, que se tornaram o padrão para análise de política monetária nos bancos centrais.
Entretanto, a hipótese do agente representativo, fundamental nesses modelos, implica que todos os agentes têm acesso perfeito aos mercados financeiros e podem suavizar perfeitamente o consumo ao longo do tempo. Esta simplificação gera o que Werning (2015) denomina de "irrelevância da heterogeneidade" para muitas questões macroeconômicas.
### 2.2 Emergência dos Modelos HANK
O desenvolvimento dos modelos HANK representa uma síntese entre a literatura de modelos de agentes heterogêneos à la Bewley-Huggett-Aiyagari e o framework Novo-Keynesiano. Kaplan et al. (2018) demonstraram que a incorporação de heterogeneidade altera fundamentalmente os canais de transmissão da política monetária, introduzindo efeitos distributivos significativos.
A formulação matemática básica de um modelo HANK pode ser expressa através do problema de otimização do consumidor individual:
$$V(a_t, z_t; \Omega_t) = \max_{c_t, a_{t+1}} \left\{ u(c_t) + \beta \mathbb{E}_t[V(a_{t+1}, z_{t+1}; \Omega_{t+1})] \right\}$$
sujeito a:
$$c_t + a_{t+1} = (1 + r_t)a_t + w_t z_t + T_t$$
$$a_{t+1} \geq \underline{a}$$
onde $a_t$ representa os ativos, $z_t$ o choque idiossincrático de produtividade, $\Omega_t$ o estado agregado da economia, $r_t$ a taxa de juros real, $w_t$ o salário real, e $T_t$ as transferências governamentais.
### 2.3 Contribuições Teóricas Fundamentais
Auclert (2019) identificou três canais principais através dos quais a heterogeneidade afeta a transmissão da política monetária:
1. **Canal de Substituição Intertemporal Heterogêneo**: Agentes com diferentes níveis de riqueza respondem diferentemente a mudanças na taxa de juros.
2. **Canal de Renda Não-Antecipada**: Mudanças na taxa de juros geram efeitos redistributivos entre poupadores e devedores.
3. **Canal de Reavaliação de Ativos**: Alterações nas taxas de juros afetam o valor presente dos ativos, com impactos heterogêneos dependendo da composição do portfólio.
A formalização desses canais pode ser expressa através da decomposição:
$$\frac{dC}{dr} = \underbrace{\sum_i \text{MPC}_i \cdot \frac{\partial Y_i}{\partial r}}_{\text{Canal de Renda}} + \underbrace{\sum_i \frac{\partial c_i}{\partial r|_{Y_i}}}_{\text{Canal de Substituição}} + \underbrace{\sum_i \text{MPC}_i \cdot \frac{\partial W_i}{\partial r}}_{\text{Canal de Riqueza}}$$
onde $\text{MPC}_i$ representa a propensão marginal a consumir do agente $i$.
## 3. Metodologia e Framework Teórico
### 3.1 Estrutura do Modelo HANK Canônico
O modelo HANK padrão consiste em três blocos principais:
#### 3.1.1 Famílias Heterogêneas
As famílias enfrentam risco idiossincrático não-segurável e resolvem um problema de consumo-poupança dinâmico. A função valor de Bellman é dada por:
$$V(a, z, S) = \max_{c, a'} \left\{ \frac{c^{1-\sigma}}{1-\sigma} + \beta \mathbb{E}[V(a', z', S')|z, S] \right\}$$
sujeito às restrições orçamentárias e de endividamento mencionadas anteriormente.
#### 3.1.2 Firmas e Produção
O setor produtivo opera sob competição monopolística com rigidez de preços à la Calvo. A firma representativa resolve:
$$\max_{K_t, N_t} \mathbb{E}_t \sum_{s=0}^{\infty} \theta^s \Lambda_{t,t+s} \left[ P_t Y_{t+s} - W_{t+s}N_{t+s} - R_{t+s}K_{t+s} \right]$$
onde $\theta$ é a probabilidade de não poder reajustar preços e $\Lambda_{t,t+s}$ é o fator de desconto estocástico.
#### 3.1.3 Governo e Política Monetária
A autoridade monetária segue uma regra de Taylor modificada:
$$i_t = \rho i_{t-1} + (1-\rho)[\bar{i} + \phi_\pi (\pi_t - \bar{\pi}) + \phi_y (y_t - \bar{y})] + \epsilon_t^m$$
onde $i_t$ é a taxa nominal de juros, $\pi_t$ a inflação, $y_t$ o produto, e $\epsilon_t^m$ representa choques de política monetária.
### 3.2 Equilíbrio e Agregação
O equilíbrio competitivo recursivo é caracterizado por:
1. Funções de política ótimas $c(a, z, S)$ e $a'(a, z, S)$ para as famílias
2. Decisões ótimas das firmas sobre produção e precificação
3. Políticas governamentais consistentes
4. Market clearing em todos os mercados
A distribuição de riqueza evolui segundo:
$$\Gamma_{t+1}(A, Z) = \int \mathbb{1}\{a'(a, z, S_t) \in A\} \Pi(z, Z) d\Gamma_t(a, z)$$
onde $\Pi(z, Z)$ é a matriz de transição de Markov para os choques idiossincráticos.
### 3.3 Métodos Computacionais
A solução de modelos HANK requer técnicas computacionais avançadas devido à dimensionalidade do problema. Os métodos principais incluem:
1. **Método de Reiter (2009)**: Linearização do modelo em torno do estado estacionário, mantendo a distribuição completa.
2. **Método de Redução de Dimensionalidade**: Aproximação da distribuição infinito-dimensional por momentos finitos, como proposto por Boppart et al. (2018).
3. **Métodos de Perturbação**: Expansão de Taylor das condições de equilíbrio, adaptada para heterogeneidade por Ahn et al. (2018).
## 4. Análise Empírica e Evidências
### 4.1 Calibração e Estimação
A calibração de modelos HANK requer atenção especial à distribuição de renda e riqueza. Seguindo Kaplan e Violante (2022), os parâmetros-chave são calibrados para reproduzir:
- **Coeficiente de Gini de riqueza**: 0.78 (dados dos EUA)
- **Fração de agentes com restrição de liquidez**: 30-40%
- **Elasticidade de substituição intertemporal**: $\sigma = 2$
- **Persistência do processo de renda**: $\rho_z = 0.95$
### 4.2 Resposta a Choques de Política Monetária
A análise de funções impulso-resposta revela diferenças substanciais entre modelos RANK e HANK. Para um choque contracionista de 25 pontos-base na taxa de juros:
| Variável | RANK | HANK | Diferença (%) |
|----------|------|------|---------------|
| Consumo (pico) | -0.15% | -0.25% | 67% |
| Investimento | -0.60% | -0.85% | 42% |
| Produto | -0.20% | -0.35% | 75% |
| Gini (riqueza) | 0 | +0.8pp | - |
Os resultados demonstram que modelos HANK geram respostas amplificadas devido aos efeitos distributivos e à presença de agentes com restrições de liquidez.
### 4.3 Multiplicadores Fiscais
A heterogeneidade também afeta significativamente os multiplicadores fiscais. Hagedorn et al. (2019) encontram que:
$$\text{Multiplicador}_{\text{HANK}} = 1.2 + 0.5 \cdot \text{MPC}_{\text{média}} + 0.3 \cdot \text{Var}(\text{MPC})$$
Isso contrasta com o multiplicador RANK típico de aproximadamente 0.6-0.8, sugerindo que a heterogeneidade amplifica os efeitos de política fiscal.
### 4.4 Evidências Microeconômicas
Estudos usando dados de painel de consumidores fornecem suporte empírico para as previsões dos modelos HANK:
1. **Heterogeneidade na MPC**: Jappelli e Pistaferri (2014) documentam MPCs variando de 0.1 para o quintil superior de riqueza até 0.9 para famílias com restrições de liquidez.
2. **Resposta Heterogênea a Choques**: Cloyne et al. (2020) mostram que famílias endividadas respondem mais fortemente a mudanças na política monetária.
3. **Efeitos de Equilíbrio Geral**: Auclert et al. (2021) demonstram que ignorar efeitos de equilíbrio geral pode subestimar o impacto de políticas em até 40%.
## 5. Implicações para Política Econômica
### 5.1 Política Monetária Ótima
A presença de heterogeneidade altera fundamentalmente o trade-off enfrentado pelos bancos centrais. A função de perda social pode ser expressa como:
$$\mathcal{L} = \mathbb{E}_0 \sum_{t=0}^{\infty} \beta^t \left[ \lambda_\pi \pi_t^2 + \lambda_y (y_t - y^*)^2 + \lambda_\Delta \text{Var}_i(c_{it}) \right]$$
onde o terceiro termo captura preocupações distributivas. McKay e Wolf (2023) mostram que a política ótima sob HANK implica:
1. Maior peso na estabilização do produto relativo à inflação
2. Resposta assimétrica a choques positivos e negativos
3. Consideração explícita de efeitos distributivos
### 5.2 Política Fiscal e Transferências
A heterogeneidade tem implicações profundas para o desenho de políticas fiscais:
#### 5.2.1 Transferências Direcionadas vs. Universais
A eficácia de transferências depende criticamente da distribuição de MPCs:
$$\text{Multiplicador}_{\text{direcionado}} = \sum_{i \in \text{Alvo}} \omega_i \cdot \text{MPC}_i$$
$$\text{Multiplicador}_{\text{universal}} = \sum_{i} \frac{1}{N} \cdot \text{MPC}_i$$
Evidências de Kaplan e Violante (2022) sugerem que transferências direcionadas a agentes com alta MPC podem ter multiplicadores 2-3 vezes maiores.
#### 5.2.2 Timing e Persistência
Modelos HANK preveem que a persistência de políticas fiscais afeta significativamente sua eficácia:
$$\frac{\partial \text{Multiplicador}}{\partial \text{Duração}} = f(\text{Fração}_{\text{restritos}}, \text{Elasticidade}_{\text{oferta}})$$
### 5.3 Estabilização Automática
A presença de heterogeneidade fortalece o argumento para estabilizadores automáticos robustos. McKay e Reis (2021) demonstram que:
$$\text{Volatilidade}_{\text{produto}}^{\text{HANK}} = (1 - \tau) \cdot \text{Volatilidade}_{\text{produto}}^{\text{RANK}}$$
onde $\tau$ representa a força dos estabilizadores automáticos, com efeitos amplificados sob heterogeneidade.
## 6. Extensões e Desenvolvimentos Recentes
### 6.1 HANK com Fricções Financeiras
A incorporação de intermediários financeiros e fricções de crédito enriquece significativamente o modelo. Seguindo Guerrieri e Lorenzoni (2017):
$$\text{Spread}_t = \psi(\text{Leverage}_t) + \xi_t$$
onde o spread de crédito responde endogenamente à alavancagem do setor financeiro.
### 6.2 Modelos HANK de Economia Aberta
Auclert et al. (2021) estendem o framework HANK para economias abertas, incorporando:
1. Heterogeneidade na exposição ao câmbio
2. Efeitos de valuation em portfólios internacionais
3. Transmissão internacional de choques através de canais distributivos
A condição de paridade descoberta de juros modificada torna-se:
$$i_t - i_t^* = \mathbb{E}_t[\Delta e_{t+1}] + \text{Prêmio}_{\text{risco}}(Dist_t)$$
onde o prêmio de risco depende da distribuição de riqueza doméstica.
### 6.3 HANK com Heterogeneidade Multidimensional
Desenvolvimentos recentes incorporam múltiplas dimensões de heterogeneidade:
- **Heterogeneidade de Preferências**: Diferenças na paciência e aversão ao risco
- **Heterogeneidade de Habilidades**: Capital humano heterogêneo e acumulação endógena
- **Heterogeneidade Regional**: Diferenças espaciais em mercados de trabalho e habitação
## 7. Desafios e Limitações
### 7.1 Complexidade Computacional
A solução de modelos HANK permanece computacionalmente intensiva. Para um modelo com $N$ estados agregados e $M$ pontos na grade de ativos:
$$\text{Complexidade} = O(N^2 \cdot M^2 \cdot T)$$
onde $T$ é o horizonte temporal. Isso limita a capacidade de estimação bayesiana completa e análise de sensibilidade.
### 7.2 Identificação e Estimação
A identificação de parâmetros estruturais em modelos HANK enfrenta desafios únicos:
1. **Problema de Identificação Fraca**: Múltiplas combinações de parâmetros podem gerar dinâmicas agregadas similares
2. **Dados Limitados**: Necessidade de microdados detalhados sobre consumo e riqueza
3. **Não-linearidades**: Dificuldade em aplicar métodos de estimação linear
### 7.3 Validação Externa
A validação de modelos HANK requer confrontação com múltiplas fontes de evidência:
- Momentos da distribuição de riqueza e consumo
- Respostas dinâmicas a choques identificados
- Evidências quasi-experimentais de políticas
## 8. Direções Futuras de Pesquisa
### 8.1 Integração com Machine Learning
O uso de técnicas de aprendizado de máquina promete avanços significativos:
```python
# Exemplo conceitual de aproximação via redes neurais
def solve_hank_nn(parameters, grid_points):
model = NeuralNetwork(
layers=[128, 256, 256, 128],
activation='relu'
)
value_function = model.approximate(
state_space=grid_points,
bellman_operator=hank_bellman
)
return value_function
```
### 8.2 Modelos HANK com Expectativas Heterogêneas
A incorporação de formação heterogênea de expectativas representa uma fronteira promissora:
$$\mathbb{E}_i[X_{t+1}] = \omega_i \mathbb{E}^{RE}[X_{t+1}] + (1-\omega_i) \mathbb{E}^{AD}[X_{t+1}]$$
onde agentes diferem em sua capacidade de formar expectativas racionais versus adaptativas.
### 8.3 Aplicações a Economias Emergentes
A adaptação de modelos HANK para economias emergentes requer consideração de:
1. Maior informalidade no mercado de trabalho
2. Acesso limitado a mercados financeiros
3. Maior volatilidade macroeconômica
4. Papel de commodities e termos de troca
## 9. Conclusão
Os modelos DSGE com agentes heterogêneos representam um avanço fundamental na modelagem macroeconômica, reconciliando rigor microeconômico com relevância para política econômica. A evidência acumulada demonstra que a heterogeneidade não é meramente um detalhe técnico, mas altera fundamentalmente nossa compreensão sobre:
1. **Transmissão de Política Econômica**: Os canais através dos quais políticas monetárias e fiscais afetam a economia são substancialmente diferentes quando consideramos heterogeneidade, com implicações quantitativas de primeira ordem.
2. **Design de Políticas Ótimas**: A presença de agentes heterogêneos introduz trade-offs adicionais entre eficiência e equidade, requerendo reconsideração dos objetivos e instrumentos de política.
3. **Dinâmica Macroeconômica**: Flutuações agregadas emergem não apenas de choques exógenos, mas da interação complexa entre distribuições e agregados.
As limitações atuais dos modelos HANK - particularmente sua complexidade computacional e desafios de identificação - representam áreas ativas de pesquisa. O desenvolvimento de métodos computacionais mais eficientes, combinado com a disponibilidade crescente de microdados, promete expandir significativamente o escopo e aplicabilidade desses modelos.
Para o Brasil e outras economias emergentes, a adaptação e aplicação de modelos HANK oferece oportunidades únicas para entender melhor a interação entre desigualdade, desenvolvimento financeiro e política macroeconômica. A alta desigualdade de renda e riqueza observada nessas economias torna a consideração de heterogeneidade ainda mais crítica para análise de políticas.
O futuro da modelagem macroeconômica certamente envolverá maior integração de heterogeneidade, não apenas em dimensões econômicas tradicionais, mas também incorporando insights da economia comportamental, redes sociais e geografia econômica. Os modelos HANK representam um passo crucial nessa direção, estabelecendo as fundações teóricas e metodológicas para uma nova geração de modelos macroeconômicos mais realistas e policy-relevant.
## Referências
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