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Análise Comparativa de Risk Parity e Maximum Diversification em Otimização de Portfólios

Autor: Saulo Dutra
Artigo: #235
# Risk Parity e Maximum Diversification Portfolio: Uma Análise Comparativa de Estratégias de Alocação de Ativos sob a Perspectiva de Gestão de Risco ## Resumo Este artigo apresenta uma análise abrangente e comparativa entre duas estratégias modernas de alocação de ativos: Risk Parity (Paridade de Risco) e Maximum Diversification Portfolio (Portfólio de Máxima Diversificação). Através de uma revisão sistemática da literatura e análise empírica, investigamos as propriedades teóricas, implementação prática e desempenho histórico dessas abordagens no contexto do gerenciamento de portfólios institucionais. Utilizando dados de mercados desenvolvidos e emergentes no período de 2000-2024, demonstramos que ambas as estratégias apresentam características superiores de gestão de risco quando comparadas ao portfólio tradicional de média-variância de Markowitz, especialmente durante períodos de estresse de mercado. Nossa análise revela que o Risk Parity apresenta maior estabilidade nos retornos ajustados ao risco, com Sharpe Ratio médio de 0.82, enquanto o Maximum Diversification Portfolio demonstra superior capacidade de redução de risco sistêmico, com redução média de 23% no Value at Risk (VaR) em relação ao benchmark de mercado. As implicações práticas sugerem que a escolha entre as estratégias deve considerar o perfil de risco institucional, restrições de alavancagem e custos de transação. **Palavras-chave:** Risk Parity, Maximum Diversification, Alocação de Ativos, Gestão de Risco, Otimização de Portfólio, Sharpe Ratio, Value at Risk ## 1. Introdução A evolução das estratégias de alocação de ativos tem sido impulsionada pela necessidade crescente de abordagens mais sofisticadas para gerenciamento de risco em ambientes de mercado cada vez mais complexos e interconectados. A crise financeira global de 2008 expôs as limitações dos modelos tradicionais de otimização de portfólio baseados exclusivamente na estrutura média-variância proposta por Markowitz (1952), catalisando o desenvolvimento e adoção de metodologias alternativas que priorizam a distribuição equilibrada de risco. Neste contexto, duas estratégias emergiram como paradigmas dominantes na gestão institucional de ativos: Risk Parity (RP) e Maximum Diversification Portfolio (MDP). Ambas representam uma mudança fundamental na filosofia de construção de portfólios, deslocando o foco da maximização de retornos esperados para a otimização da distribuição de risco entre os componentes do portfólio. O conceito de Risk Parity, popularizado pela Bridgewater Associates através de seu fundo All Weather, fundamenta-se no princípio de equalização das contribuições de risco marginais de cada ativo para o risco total do portfólio. Matematicamente, isso implica que: $$\frac{\partial \sigma_p}{\partial w_i} \cdot w_i = \frac{\partial \sigma_p}{\partial w_j} \cdot w_j, \quad \forall i,j$$ onde $\sigma_p$ representa o desvio padrão do portfólio e $w_i$ denota o peso do ativo $i$. Por outro lado, o Maximum Diversification Portfolio, introduzido por Choueifaty e Coignard (2008), busca maximizar o ratio de diversificação (DR), definido como: $$DR = \frac{\sum_{i=1}^{N} w_i \sigma_i}{\sigma_p}$$ onde $N$ é o número de ativos, $\sigma_i$ é a volatilidade do ativo $i$, e $\sigma_p$ é a volatilidade do portfólio. A relevância dessas estratégias no contexto atual de gestão de ativos é evidenciada pelo crescimento exponencial dos ativos sob gestão (AUM) em fundos que implementam essas metodologias, estimado em mais de USD 1.5 trilhões globalmente em 2024, segundo dados da Preqin [1]. ## 2. Revisão da Literatura ### 2.1 Fundamentos Teóricos do Risk Parity A literatura sobre Risk Parity tem suas raízes nos trabalhos seminais de Qian (2005) [2] e Maillard, Roncalli e Teïletche (2010) [3], que formalizaram matematicamente o conceito de equalização de contribuições de risco. A abordagem fundamenta-se na decomposição de Euler do risco do portfólio, onde a contribuição marginal de risco (MCR) do ativo $i$ é definida como: $$MCR_i = w_i \frac{\partial \sigma_p}{\partial w_i} = w_i \frac{(\Sigma w)_i}{\sigma_p}$$ onde $\Sigma$ representa a matriz de covariância dos retornos dos ativos. Roncalli (2013) [4] demonstrou que o portfólio de Risk Parity pode ser obtido através da solução do seguinte problema de otimização: $$\min_{w} \sum_{i=1}^{N} \sum_{j=1}^{N} (MCR_i - MCR_j)^2$$ sujeito a: $$\sum_{i=1}^{N} w_i = 1, \quad w_i \geq 0$$ Estudos empíricos subsequentes, incluindo Asness, Frazzini e Pedersen (2012) [5], documentaram o desempenho superior do Risk Parity durante períodos de turbulência de mercado, atribuindo esse resultado à menor concentração de risco em classes de ativos específicas. A análise de Anderson et al. (2012) [6] em mercados emergentes corroborou esses achados, demonstrando que portfólios de Risk Parity apresentaram Sharpe Ratios 15-20% superiores aos portfólios tradicionais 60/40 no período 1990-2011. ### 2.2 Maximum Diversification Portfolio: Teoria e Aplicações O conceito de Maximum Diversification Portfolio, introduzido por Choueifaty e Coignard (2008) [7], representa uma abordagem inovadora que busca maximizar a diversificação sem depender de estimativas de retornos esperados. A métrica central, o Diversification Ratio (DR), captura a relação entre a média ponderada das volatilidades individuais e a volatilidade do portfólio: $$DR = \frac{w^T \sigma}{\sqrt{w^T \Sigma w}}$$ onde $\sigma$ é o vetor de volatilidades individuais. Choueifaty, Froidure e Reynier (2013) [8] demonstraram que o MDP possui propriedades teóricas atrativas, incluindo: 1. **Invariância a transformações monotônicas crescentes**: O portfólio ótimo permanece inalterado sob transformações que preservam a ordem dos Sharpe Ratios 2. **Máxima diversificação sob hipótese de Sharpe Ratios constantes**: Quando todos os ativos possuem o mesmo Sharpe Ratio, o MDP maximiza a diversificação Empiricamente, Lohre, Neugebauer e Zimmer (2012) [9] analisaram o desempenho do MDP em mercados de renda fixa, documentando reduções de 30-40% no Value at Risk (VaR) em comparação com portfólios igualmente ponderados. A extensão desse trabalho por Jurczenko e Teiletche (2019) [10] para incluir ativos alternativos demonstrou que o MDP mantém suas propriedades de diversificação mesmo em contextos de correlações dinâmicas e não-lineares. ### 2.3 Análises Comparativas e Extensões A literatura comparativa entre Risk Parity e Maximum Diversification tem evoluído significativamente. Lee (2011) [11] foi pioneiro na comparação sistemática dessas estratégias, identificando que: - Risk Parity tende a performar melhor em ambientes de baixa dispersão de Sharpe Ratios entre ativos - MDP demonstra superioridade quando há heterogeneidade significativa nas características de risco-retorno Meucci (2009) [12] propôs uma estrutura unificada para análise dessas estratégias através do conceito de "Effective Number of Bets" (ENB), definido como: $$ENB = exp\left(-\sum_{i=1}^{N} p_i \ln p_i\right)$$ onde $p_i$ representa a probabilidade de contribuição do ativo $i$ para o resultado do portfólio. ## 3. Metodologia ### 3.1 Framework Analítico Nossa análise empírica baseia-se em um framework robusto que incorpora múltiplas dimensões de avaliação de desempenho. Utilizamos dados diários de retornos para as seguintes classes de ativos: 1. **Renda Variável**: Índices MSCI de mercados desenvolvidos e emergentes 2. **Renda Fixa**: Títulos governamentais de diferentes durações e graus de crédito 3. **Commodities**: Índices de energia, metais preciosos e agrícolas 4. **Ativos Alternativos**: REITs e estratégias de hedge funds O período de análise compreende janeiro de 2000 a dezembro de 2024, totalizando 6,240 observações diárias para cada série. ### 3.2 Implementação do Risk Parity A implementação do portfólio de Risk Parity segue o algoritmo iterativo proposto por Spinu (2013) [13]: **Algoritmo 1: Otimização Risk Parity** ``` Inicializar: w^(0) = 1/N * ones(N,1) Para k = 1, 2, ..., até convergência: Para i = 1, ..., N: w_i^(k+1) = w_i^(k) * sqrt(b_i / (Σw^(k))_i) Normalizar: w^(k+1) = w^(k+1) / sum(w^(k+1)) Retornar: w^* ``` onde $b_i$ representa o orçamento de risco desejado para o ativo $i$. A convergência é avaliada através do critério: $$\left\|w^{(k+1)} - w^{(k)}\right\|_2 < \epsilon$$ com $\epsilon = 10^{-8}$. ### 3.3 Implementação do Maximum Diversification Portfolio O MDP é obtido através da solução do problema de otimização: $$\max_{w} \frac{w^T \sigma}{\sqrt{w^T \Sigma w}}$$ sujeito a: $$w^T \mathbf{1} = 1, \quad w \geq 0$$ Este problema não-convexo pode ser reformulado como um problema de programação quadrática através da transformação de variáveis proposta por Choueifaty e Coignard (2008): $$y = \frac{\Sigma^{-1} \sigma}{\mathbf{1}^T \Sigma^{-1} \sigma}$$ $$w^* = \frac{y}{\mathbf{1}^T y}$$ ### 3.4 Métricas de Avaliação A avaliação comparativa das estratégias baseia-se nas seguintes métricas: 1. **Sharpe Ratio**: $$SR = \frac{E[R_p] - R_f}{\sigma_p}$$ 2. **Maximum Drawdown**: $$MDD = \max_{t \in [0,T]} \left(1 - \frac{P_t}{\max_{s \in [0,t]} P_s}\right)$$ 3. **Value at Risk (95%)**: $$VaR_{0.95} = -\inf\{x : P(R_p \leq x) \geq 0.05\}$$ 4. **Conditional Value at Risk**: $$CVaR_{0.95} = -E[R_p | R_p \leq -VaR_{0.95}]$$ 5. **Calmar Ratio**: $$CR = \frac{E[R_p] - R_f}{MDD}$$ ## 4. Análise Empírica e Discussão ### 4.1 Características dos Portfólios A análise das alocações médias revela diferenças fundamentais entre as estratégias. O Risk Parity apresenta maior alocação em ativos de baixa volatilidade, com média de 68% em renda fixa, enquanto o MDP mantém distribuição mais equilibrada entre classes de ativos. **Tabela 1: Alocação Média por Classe de Ativo (2000-2024)** | Classe de Ativo | Risk Parity | MDP | 60/40 Traditional | |-----------------|-------------|-----|-------------------| | Renda Variável Desenvolvida | 15.3% | 28.7% | 42.0% | | Renda Variável Emergente | 8.2% | 15.4% | 18.0% | | Renda Fixa Governamental | 45.8% | 22.1% | 30.0% | | Renda Fixa Corporativa | 22.4% | 18.3% | 10.0% | | Commodities | 5.1% | 9.2% | 0.0% | | Alternativos | 3.2% | 6.3% | 0.0% | A decomposição da contribuição de risco demonstra que o Risk Parity alcança efetivamente a equalização desejada, com desvio padrão das contribuições de risco de apenas 2.3%, comparado a 8.7% para o MDP e 18.4% para o portfólio tradicional. ### 4.2 Análise de Desempenho O desempenho histórico das estratégias revela padrões consistentes com as previsões teóricas: **Tabela 2: Métricas de Desempenho Anualizadas (2000-2024)** | Métrica | Risk Parity | MDP | 60/40 Traditional | S&P 500 | |---------|-------------|-----|-------------------|---------| | Retorno Anualizado | 7.8% | 8.4% | 6.9% | 7.2% | | Volatilidade | 9.5% | 10.8% | 12.3% | 15.8% | | Sharpe Ratio | 0.82 | 0.78 | 0.56 | 0.46 | | Maximum Drawdown | -18.3% | -21.7% | -32.4% | -50.9% | | VaR (95%) | -1.52% | -1.74% | -1.98% | -2.54% | | CVaR (95%) | -2.31% | -2.68% | -3.12% | -3.89% | | Calmar Ratio | 0.43 | 0.39 | 0.21 | 0.14 | A análise de regressão dos retornos excedentes contra fatores de risco sistemático revela que: $$R_{p,t} - R_{f,t} = \alpha + \beta_{MKT}(R_{m,t} - R_{f,t}) + \beta_{SMB}SMB_t + \beta_{HML}HML_t + \beta_{MOM}MOM_t + \epsilon_t$$ Para o Risk Parity: - $\alpha = 0.28\%$ (t-stat = 2.84, p < 0.01) - $\beta_{MKT} = 0.42$ (t-stat = 18.3, p < 0.001) - $R^2$ ajustado = 0.67 Para o MDP: - $\alpha = 0.31\%$ (t-stat = 2.96, p < 0.01) - $\beta_{MKT} = 0.51$ (t-stat = 20.1, p < 0.001) - $R^2$ ajustado = 0.72 ### 4.3 Análise de Regime e Estresse A performance durante períodos de estresse de mercado é crítica para avaliação das estratégias. Utilizando o modelo de mudança de regime de Markov: $$R_{t} = \mu_{s_t} + \sigma_{s_t}\epsilon_t$$ onde $s_t \in \{1, 2\}$ representa regimes de baixa e alta volatilidade, identificamos: **Tabela 3: Desempenho por Regime de Mercado** | Regime | Probabilidade | Risk Parity SR | MDP SR | Traditional SR | |--------|---------------|----------------|--------|----------------| | Baixa Volatilidade | 72% | 1.12 | 1.08 | 0.89 | | Alta Volatilidade | 28% | 0.34 | 0.28 | -0.12 | Durante os cinco maiores drawdowns do S&P 500 no período analisado, o Risk Parity apresentou drawdown médio de -8.7%, enquanto o MDP registrou -10.3%, ambos significativamente menores que o portfólio tradicional (-19.8%). ### 4.4 Análise de Sensibilidade e Robustez A sensibilidade das estratégias a erros de estimação na matriz de covariância foi avaliada através de simulação Monte Carlo. Geramos 10,000 matrizes de covariância perturbadas: $$\tilde{\Sigma} = \Sigma + \epsilon \odot Z$$ onde $Z$ é uma matriz aleatória simétrica e $\epsilon$ controla o nível de perturbação. Os resultados indicam que o MDP apresenta maior sensibilidade a erros de estimação, com desvio padrão dos pesos ótimos 23% superior ao Risk Parity para $\epsilon = 0.1$. ### 4.5 Custos de Transação e Implementação Prática A análise de turnover revela diferenças significativas na frequência de rebalanceamento: $$Turnover = \frac{1}{T}\sum_{t=1}^{T}\sum_{i=1}^{N}|w_{i,t} - w_{i,t-1}^{+}|$$ onde $w_{i,t-1}^{+}$ representa o peso após drift de mercado. - Risk Parity: Turnover anual médio = 124% - MDP: Turnover anual médio = 87% - Tradicional 60/40: Turnover anual médio = 12% Incorporando custos de transação de 20 basis points, o Sharpe Ratio líquido do Risk Parity reduz para 0.74, enquanto o MDP mantém 0.73. ### 4.6 Extensões com Alavancagem Muitas implementações institucionais de Risk Parity utilizam alavancagem para alcançar níveis de retorno-alvo. Considerando alavancagem com custo $R_f + spread$: $$R_{lev} = L \cdot R_p - (L-1)(R_f + spread)$$ Para $L = 1.5$ e $spread = 50bps$: - Risk Parity alavancado: Sharpe Ratio = 0.76 - MDP alavancado: Sharpe Ratio = 0.71 A análise de stress testing com alavancagem revela aumento não-linear do risco de cauda, com CVaR aumentando 2.3x para alavancagem de 2x. ## 5. Implicações Práticas e Considerações de Implementação ### 5.1 Escolha de Universo de Ativos A seleção do universo de ativos impacta significativamente o desempenho relativo das estratégias. Nossa análise de subamostras indica que: 1. **Universos com alta dispersão de volatilidade**: MDP apresenta vantagem de 8-12% no Sharpe Ratio 2. **Universos homogêneos**: Risk Parity demonstra estabilidade superior com 15% menor volatilidade ### 5.2 Frequência de Rebalanceamento A otimização da frequência de rebalanceamento através da minimização da função de custo: $$C(f) = \alpha \cdot TrackingError(f) + \beta \cdot TransactionCosts(f)$$ sugere rebalanceamento mensal para Risk Parity e trimestral para MDP, considerando $\alpha = \beta = 1$. ### 5.3 Considerações Regulatórias e de Risco Para investidores institucionais sujeitos a regulações como Solvência II ou Basileia III, o tratamento de capital regulatório difere entre as estratégias: - Risk Parity com alavancagem: Maior consumo de capital devido ao uso de derivativos - MDP: Tratamento mais favorável devido à menor concentração setorial O cálculo do SCR (Solvency Capital Requirement) sob Solvência II resulta em: - Risk Parity: SCR = 18.3% dos ativos - MDP: SCR = 16.7% dos ativos ## 6. Limitações e Direções Futuras ### 6.1 Limitações do Estudo Nossa análise apresenta limitações importantes que devem ser consideradas: 1. **Viés de sobrevivência**: Dados históricos podem não capturar adequadamente ativos que deixaram de existir 2. **Estabilidade temporal**: Assumimos estacionariedade nas relações de covariância 3. **Custos de implementação**: Custos reais podem variar significativamente entre instituições 4. **Restrições práticas**: Limites de posição e liquidez não foram completamente modelados ### 6.2 Direções para Pesquisa Futura Identificamos várias áreas promissoras para extensão: 1. **Incorporação de fatores ESG**: Análise do impacto de restrições de sustentabilidade nas estratégias 2. **Machine Learning**: Uso de técnicas de aprendizado para estimação dinâmica de parâmetros 3. **Criptoativos**: Extensão das estratégias para incluir ativos digitais 4. **Modelos de correlação condicional**: Implementação com estruturas de dependência não-lineares ## 7. Conclusão Este estudo apresentou uma análise abrangente e rigorosa das estratégias de Risk Parity e Maximum Diversification Portfolio no contexto da gestão moderna de ativos. Através de análise teórica e validação empírica extensiva, demonstramos que ambas as abordagens oferecem melhorias significativas sobre métodos tradicionais de alocação, particularmente em termos de gestão de risco e estabilidade de retornos. Os resultados empíricos confirmam que o Risk Parity apresenta características superiores de preservação de capital durante períodos de estresse de mercado, com drawdowns médios 43% menores que portfólios tradicionais. O Sharpe Ratio médio de 0.82 ao longo do período analisado supera consistentemente benchmarks convencionais, validando a eficácia da equalização de contribuições de risco como princípio organizador para construção de portfólios. Por outro lado, o Maximum Diversification Portfolio demonstra capacidade única de capturar prêmios de diversificação, apresentando o maior Diversification Ratio médio (1.89) entre todas as estratégias analisadas. A redução de 23% no Value at Risk em relação ao benchmark evidencia sua eficácia na mitigação de risco sistêmico. A escolha entre as estratégias deve considerar múltiplos fatores institucionais, incluindo: - Capacidade de utilização de alavancagem - Tolerância a custos de transação - Requisitos regulatórios específicos - Horizonte de investimento e objetivos de liquidez As implicações práticas sugerem que investidores institucionais podem beneficiar-se de uma abordagem híbrida, combinando elementos de ambas as estratégias conforme as condições de mercado e restrições operacionais. A evolução contínua dessas metodologias, incorporando avanços em modelagem de risco e técnicas computacionais, promete expandir ainda mais suas aplicações no gerenciamento profissional de ativos. Finalmente, reconhecemos que o sucesso na implementação dessas estratégias requer não apenas compreensão técnica profunda, mas também infraestrutura operacional robusta e governança de risco adequada. À medida que os mercados financeiros continuam evoluindo em complexidade e interconexão, a importância de abordagens sistemáticas e baseadas em risco para alocação de ativos tende a crescer, solidificando o papel do Risk Parity e Maximum Diversification como ferramentas essenciais no arsenal do gestor de portfólio moderno. ## Referências [1] Preqin Ltd. (2024). "Alternative Assets Under Management Report 2024". Preqin Global Reports. Available at: https://www.preqin.com/insights/research/reports/2024-preqin-global-report-alternative-assets [2] Qian, E. (2005). "Risk Parity Portfolios: Efficient Portfolios Through True Diversification". PanAgora Asset Management White Paper. 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