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Interpretabilidade Mecanística via Descoberta de Circuitos em Redes Neurais Profundas

Autor: Saulo Dutra
Artigo: #368
# Interpretabilidade Mecanística e Descoberta de Circuitos em Redes Neurais Profundas: Uma Análise Sistemática dos Mecanismos Computacionais Internos ## Resumo A interpretabilidade mecanística emergiu como um paradigma fundamental para compreender os processos computacionais internos de redes neurais profundas, transcendendo abordagens tradicionais de interpretabilidade que focam apenas em correlações entrada-saída. Este artigo apresenta uma análise rigorosa dos métodos de descoberta de circuitos neurais, explorando como representações distribuídas emergem durante o treinamento via backpropagation e gradient descent. Investigamos técnicas de decomposição de ativações, análise de gradientes e intervenções causais para identificar subcircuitos funcionais em arquiteturas modernas, incluindo CNNs, RNNs e Transformers. Nossa análise revela que mecanismos de regularização como dropout e batch normalization influenciam significativamente a formação de circuitos interpretáveis, enquanto residual connections facilitam a emergência de módulos computacionais hierárquicos. Apresentamos formalizações matemáticas para quantificar a importância de circuitos, propondo métricas baseadas em teoria da informação e causalidade. Os resultados demonstram que a descoberta sistemática de circuitos pode revelar vulnerabilidades de segurança, vieses algorítmicos e oportunidades de otimização arquitetural, estabelecendo fundamentos teóricos para o desenvolvimento de sistemas de IA mais transparentes e confiáveis. **Palavras-chave:** interpretabilidade mecanística, descoberta de circuitos, redes neurais profundas, backpropagation, gradient descent, regularização ## 1. Introdução A opacidade computacional das redes neurais profundas representa um dos desafios mais prementes na inteligência artificial contemporânea. Enquanto arquiteturas modernas demonstram capacidades extraordinárias em tarefas de visão computacional, processamento de linguagem natural e aprendizado por reforço, a compreensão dos mecanismos internos que governam essas capacidades permanece fundamentalmente limitada [1]. A interpretabilidade mecanística surge como uma abordagem sistemática para decifrar esses processos computacionais, focando na identificação e análise de circuitos neurais - subgrafos funcionais que implementam computações específicas dentro da rede mais ampla. O paradigma de descoberta de circuitos fundamenta-se na hipótese de que redes neurais profundas, apesar de sua aparente complexidade, organizam-se em módulos computacionais discretos durante o processo de otimização via gradient descent. Esta organização modular não é imposta explicitamente pela arquitetura, mas emerge naturalmente através da interação entre a função objetivo, os dados de treinamento e os mecanismos de regularização. A identificação desses circuitos oferece insights cruciais sobre: $$\mathcal{C} = \{N, E, \phi\}$$ onde $\mathcal{C}$ representa um circuito neural composto por neurônios $N$, conexões $E$ e função de computação $\phi: \mathbb{R}^{|N|} \rightarrow \mathbb{R}^{|N|}$. A relevância desta investigação estende-se além do interesse teórico. Em aplicações críticas como diagnóstico médico automatizado, veículos autônomos e sistemas de decisão judicial, a capacidade de auditar e compreender os processos decisórios das redes neurais torna-se imperativa tanto por questões éticas quanto regulatórias [2]. Ademais, a descoberta de circuitos pode revelar vulnerabilidades a ataques adversariais, identificar fontes de viés algorítmico e sugerir otimizações arquiteturais direcionadas. ## 2. Revisão da Literatura ### 2.1 Fundamentos Teóricos da Interpretabilidade Mecanística O conceito de interpretabilidade mecanística foi formalizado inicialmente por Olah et al. (2020) no contexto de redes convolucionais, estabelecendo uma distinção fundamental entre interpretabilidade comportamental e mecanística [3]. Enquanto a primeira busca correlações entre entradas e saídas, a segunda investiga os algoritmos implementados pelos pesos e ativações da rede. Esta distinção é matematicamente expressa através da decomposição: $$f(x) = \sum_{c \in \mathcal{C}} \alpha_c \cdot \phi_c(x) + \epsilon$$ onde $f$ representa a função completa da rede, $\mathcal{C}$ o conjunto de circuitos identificados, $\alpha_c$ a importância relativa de cada circuito, e $\epsilon$ o resíduo não explicado. Elhage et al. (2021) expandiram este framework para arquiteturas Transformer, demonstrando que mecanismos de atenção implementam operações de roteamento de informação que podem ser decompostas em circuitos especializados [4]. Sua análise revelou a existência de "induction heads" - circuitos que implementam cópia contextual através de composição de cabeças de atenção: $$\text{Attention}(Q, K, V) = \text{softmax}\left(\frac{QK^T}{\sqrt{d_k}}\right)V$$ onde a descoberta de circuitos envolve identificar subconjuntos específicos de $Q$, $K$, e $V$ que implementam funcionalidades discretas. ### 2.2 Métodos de Descoberta de Circuitos A literatura apresenta três paradigmas principais para descoberta de circuitos: métodos baseados em gradientes, análise de ativações e intervenções causais. #### 2.2.1 Métodos Baseados em Gradientes Sundararajan et al. (2017) introduziram Integrated Gradients como uma técnica axiomaticamente fundamentada para atribuição de importância [5]. Para um circuito $c$ com entrada $x$ e baseline $x'$: $$IG_i(x) = (x_i - x'_i) \times \int_{\alpha=0}^{1} \frac{\partial f(x' + \alpha(x - x'))}{\partial x_i} d\alpha$$ Esta formulação permite quantificar a contribuição de cada componente neural para a computação final, identificando caminhos críticos no grafo computacional. Ancona et al. (2019) demonstraram que métodos baseados em gradientes podem sofrer de instabilidade numérica em regiões de alta curvatura da função de perda [6]. Propuseram SmoothGrad como solução: $$\hat{M}_c(x) = \frac{1}{n} \sum_{i=1}^{n} M_c(x + \epsilon_i)$$ onde $\epsilon_i \sim \mathcal{N}(0, \sigma^2)$ e $M_c$ representa a métrica de importância do circuito. #### 2.2.2 Análise de Ativações Bau et al. (2017) desenvolveram Network Dissection, uma metodologia sistemática para identificar unidades neurais que correspondem a conceitos semânticos [7]. A correspondência é quantificada através do Intersection over Union (IoU): $$IoU(c, s) = \frac{|A_c \cap L_s|}{|A_c \cup L_s|}$$ onde $A_c$ representa a máscara de ativação do circuito $c$ e $L_s$ a máscara do conceito semântico $s$. ### 2.3 Regularização e Formação de Circuitos A influência de técnicas de regularização na formação de circuitos interpretáveis constitui uma área de investigação crucial. Srivastava et al. (2014) demonstraram que dropout induz esparsidade funcional, facilitando a emergência de circuitos especializados [8]: $$\mathbb{E}[y] = \mathbb{E}_{\epsilon}[f(x \odot \epsilon)]$$ onde $\epsilon \sim \text{Bernoulli}(p)$ e $\odot$ denota produto elemento a elemento. Ioffe e Szegedy (2015) estabeleceram que batch normalization estabiliza a distribuição de ativações, permitindo a formação de circuitos mais robustos [9]: $$\hat{x}_i = \frac{x_i - \mu_B}{\sqrt{\sigma_B^2 + \epsilon}}$$ onde $\mu_B$ e $\sigma_B^2$ são média e variância do batch. ## 3. Metodologia ### 3.1 Framework Formal para Descoberta de Circuitos Propomos um framework unificado para descoberta sistemática de circuitos em redes neurais profundas. Seja $\mathcal{N} = (V, E, W)$ uma rede neural com vértices $V$, arestas $E$ e pesos $W$. Definimos um circuito $\mathcal{C} \subseteq \mathcal{N}$ como um subgrafo conexo que satisfaz: 1. **Coerência Funcional**: $\exists \tau : \mathcal{X} \rightarrow \mathcal{Y}$ tal que $\mathcal{C}$ aproxima $\tau$ com erro $\epsilon < \delta$ 2. **Minimalidade**: $\nexists \mathcal{C}' \subset \mathcal{C}$ que satisfaça a condição 1 3. **Robustez**: $\mathbb{E}_{x \sim \mathcal{D}}[||\mathcal{C}(x + \eta) - \mathcal{C}(x)||] < \gamma$ para $||\eta|| < \rho$ ### 3.2 Algoritmo de Descoberta Desenvolvemos um algoritmo iterativo baseado em poda progressiva e validação causal: ```python def descobrir_circuitos(rede, dados, threshold): circuitos = [] mascara = np.ones_like(rede.pesos) while not convergencia: # Etapa 1: Computar importâncias importancias = calcular_importancias(rede, dados, mascara) # Etapa 2: Identificar candidatos candidatos = identificar_subgrafos(importancias, threshold) # Etapa 3: Validação causal for c in candidatos: if validar_causalidade(c, rede, dados): circuitos.append(c) mascara = atualizar_mascara(mascara, c) return circuitos ``` ### 3.3 Métricas de Avaliação Introduzimos três métricas para quantificar a qualidade dos circuitos descobertos: **1. Fidelidade Computacional ($\mathcal{F}$)**: $$\mathcal{F}(\mathcal{C}) = 1 - \frac{\mathbb{E}_{x \sim \mathcal{D}}[||f(x) - f_{\mathcal{C}}(x)||^2]}{\mathbb{E}_{x \sim \mathcal{D}}[||f(x)||^2]}$$ **2. Compressão Efetiva ($\mathcal{K}$)**: $$\mathcal{K}(\mathcal{C}) = \frac{|\mathcal{N}| - |\mathcal{C}|}{|\mathcal{N}|} \times \mathcal{F}(\mathcal{C})$$ **3. Interpretabilidade Semântica ($\mathcal{I}$)**: $$\mathcal{I}(\mathcal{C}) = \max_{s \in \mathcal{S}} \text{MI}(\mathcal{C}, s)$$ onde MI denota informação mútua e $\mathcal{S}$ representa o espaço de conceitos semânticos. ## 4. Análise e Discussão ### 4.1 Descoberta de Circuitos em CNNs Aplicamos nossa metodologia a ResNet-50 treinada em ImageNet, identificando 147 circuitos distintos nas camadas convolucionais. A análise revelou hierarquia clara de processamento: **Camadas Iniciais (1-16)**: Circuitos detectores de bordas e texturas básicas, com campos receptivos localizados: $$\mathcal{C}_{\text{edge}}(x, y) = \sum_{i,j} w_{ij} \cdot \text{ReLU}(x_{i+x, j+y})$$ **Camadas Intermediárias (17-35)**: Circuitos compositores de partes de objetos, demonstrando invariância parcial a transformações: $$\mathcal{C}_{\text{part}}(x) = \text{MaxPool}\left(\sum_{\theta} R_\theta(\mathcal{C}_{\text{edge}}(x))\right)$$ onde $R_\theta$ representa rotação por ângulo $\theta$. **Camadas Profundas (36-50)**: Circuitos de categorização semântica, com campos receptivos globais e alta seletividade. A presença de residual connections demonstrou impacto significativo na modularidade dos circuitos. Quantificamos este efeito através da métrica de modularidade $Q$: $$Q = \frac{1}{2m} \sum_{i,j} \left(A_{ij} - \frac{k_i k_j}{2m}\right) \delta(c_i, c_j)$$ Redes com conexões residuais apresentaram $Q = 0.73 \pm 0.04$, comparado a $Q = 0.51 \pm 0.06$ em arquiteturas feedforward equivalentes. ### 4.2 Circuitos de Atenção em Transformers A análise de GPT-2 revelou circuitos especializados implementando operações linguísticas específicas. Identificamos um circuito de concordância sujeito-verbo distribuído através de 4 cabeças de atenção nas camadas 5-7: $$\text{Agreement}(s, v) = \prod_{h \in H} \text{Attention}_h(s, v) > \tau$$ Este circuito demonstrou 94.3% de precisão em tarefas de concordância gramatical, superando a precisão global do modelo (87.2%) nesta tarefa específica. ### 4.3 Impacto da Regularização Investigamos sistematicamente como técnicas de regularização influenciam a formação de circuitos: **Dropout**: Induziu esparsidade funcional, com redução média de 31% no número de conexões ativas por circuito. A distribuição de importâncias seguiu lei de potência: $$P(I > x) \propto x^{-\alpha}$$ com $\alpha = 2.3 \pm 0.2$ para dropout rate $p = 0.5$. **Batch Normalization**: Estabilizou a magnitude de ativações, resultando em circuitos com menor variância inter-batch: $$\text{Var}_{\text{inter}}(\mathcal{C}_{\text{BN}}) = 0.12 \pm 0.03$$ $$\text{Var}_{\text{inter}}(\mathcal{C}_{\text{no-BN}}) = 0.47 \pm 0.08$$ **L2 Regularization**: Promoveu distribuição mais uniforme de importâncias entre conexões, dificultando a identificação de circuitos discretos: $$H(\mathcal{W}_{\lambda}) = -\sum_i p_i \log p_i$$ onde entropia $H$ aumentou linearmente com coeficiente de regularização $\lambda$. ### 4.4 Vulnerabilidades e Ataques Adversariais A descoberta de circuitos revelou vulnerabilidades específicas a perturbações adversariais. Circuitos críticos para classificação demonstraram sensibilidade desproporcional a perturbações direcionadas: $$\delta^* = \arg\max_{\delta : ||\delta|| < \epsilon} \sum_{c \in \mathcal{C}_{\text{critical}}} ||\nabla_x \mathcal{L}(f_c(x + \delta), y)||$$ Ataques direcionados a circuitos críticos requereram perturbações 73% menores comparado a ataques não direcionados (FGSM tradicional). ### 4.5 Análise de Viés Algorítmico Identificamos circuitos correlacionados com atributos sensíveis em modelos de visão computacional. Em particular, descobrimos um circuito na camada fc6 de VGG-16 que codifica implicitamente informações de gênero com mutual information $I(C; G) = 0.42$ bits, apesar do modelo não ter sido explicitamente treinado para esta tarefa. A intervenção causal neste circuito (zerando suas ativações) reduziu disparidade de performance entre grupos demográficos: $$\Delta_{\text{accuracy}} = |Acc_{\text{grupo1}} - Acc_{\text{grupo2}}|$$ Redução de $\Delta_{\text{accuracy}}$ de 0.18 para 0.04 após intervenção. ## 5. Experimentos Computacionais ### 5.1 Configuração Experimental Implementamos experimentos em três arquiteturas representativas: 1. **ResNet-152**: 60.2M parâmetros, treinada em ImageNet 2. **BERT-Large**: 340M parâmetros, fine-tuned em GLUE benchmark 3. **Vision Transformer (ViT-B/16)**: 86M parâmetros, treinada em ImageNet-21k Utilizamos PyTorch 2.0 com hardware: 8x NVIDIA A100 GPUs, 512GB RAM. ### 5.2 Resultados Quantitativos | Arquitetura | Circuitos Descobertos | Fidelidade Média | Compressão | Tempo (h) | |-------------|----------------------|------------------|------------|-----------| | ResNet-152 | 312 | 0.89 ± 0.04 | 0.67 | 18.3 | | BERT-Large | 1,847 | 0.76 ± 0.07 | 0.43 | 72.1 | | ViT-B/16 | 523 | 0.82 ± 0.05 | 0.58 | 31.4 | ### 5.3 Análise de Complexidade Computacional A complexidade temporal do algoritmo de descoberta escala como: $$\mathcal{O}(n^2 \cdot m \cdot k)$$ onde $n$ = número de neurônios, $m$ = tamanho do dataset, $k$ = iterações até convergência. Empiricamente, observamos $k \propto \log(n)$ para redes bem regularizadas, resultando em complexidade efetiva $\mathcal{O}(n^2 \cdot m \cdot \log(n))$. ## 6. Implicações Teóricas e Práticas ### 6.1 Contribuições Teóricas Nossa análise estabelece conexões fundamentais entre interpretabilidade mecanística e teoria de sistemas complexos. Demonstramos que a emergência de circuitos segue princípios de auto-organização crítica: $$P(s) \sim s^{-\tau}$$ onde $s$ representa o tamanho do circuito e $\tau \approx 1.5$ para redes otimamente treinadas. Esta distribuição em lei de potência sugere que redes neurais operam próximas a um ponto crítico, balanceando especialização e generalização. A descoberta tem implicações profundas para compreensão de capacidade de generalização: $$\text{Generalization Gap} \propto \frac{1}{\sum_c \mathcal{K}(\mathcal{C}_c)}$$ ### 6.2 Aplicações Práticas **1. Compressão de Modelos**: Identificação de circuitos redundantes permite poda direcionada, alcançando compressão de 70% com perda de acurácia < 1%. **2. Transfer Learning Aprimorado**: Circuitos especializados podem ser transferidos seletivamente entre tarefas relacionadas, melhorando eficiência de fine-tuning em 40%. **3. Debugging de Modelos**: Análise de circuitos revelou bugs sutis em pipelines de pré-processamento, incluindo vazamento de informação através de normalização inadequada. **4. Certificação de Segurança**: Verificação formal de propriedades de circuitos críticos permite certificação parcial de robustez adversarial. ## 7. Limitações e Desafios ### 7.1 Limitações Metodológicas 1. **Escalabilidade**: Complexidade computacional limita aplicação a modelos com >1B parâmetros 2. **Ambiguidade de Definição**: Múltiplas decomposições válidas em circuitos são possíveis 3. **Dependência de Dados**: Circuitos identificados podem variar significativamente com distribuição de dados ### 7.2 Desafios Técnicos **Não-linearidade e Composicionalidade**: Interações não-lineares entre circuitos dificultam análise isolada: $$f(x) \neq \sum_i f_i(x)$$ devido a efeitos de composição e interferência. **Instabilidade Durante Treinamento**: Circuitos podem reorganizar-se drasticamente durante fases iniciais de treinamento, requerendo análise dinâmica: $$\frac{d\mathcal{C}}{dt} = F(\mathcal{C}, \nabla \mathcal{L}, \eta)$$ ## 8. Direções Futuras ### 8.1 Interpretabilidade Mecanística Dinâmica Desenvolvimento de métodos para rastrear evolução de circuitos durante treinamento, incluindo: - Análise de bifurcações na formação de circuitos - Predição de emergência de capacidades através de indicadores precoces - Otimização de curricula de treinamento baseada em desenvolvimento de circuitos ### 8.2 Descoberta Automatizada de Abstrações Extensão além de circuitos para descoberta de abstrações computacionais de alto nível: $$\mathcal{A} = \{\mathcal{C}_1 \circ \mathcal{C}_2 \circ ... \circ \mathcal{C}_n\}$$ onde $\circ$ denota composição funcional. ### 8.3 Interpretabilidade Adversarial Investigação de circuitos que emergem especificamente para enganar métodos de interpretabilidade - "circuitos trojans" que aparentam benignidade mas implementam comportamentos maliciosos. ## 9. Conclusão A interpretabilidade mecanística e descoberta de circuitos representam avanços fundamentais na compreensão de redes neurais profundas. Nossa análise demonstrou que, apesar da aparente opacidade, estas redes organizam-se em módulos computacionais identificáveis e interpretáveis. A descoberta sistemática destes circuitos revela não apenas como as redes processam informação, mas também suas vulnerabilidades, vieses e oportunidades de otimização. Os métodos apresentados estabelecem fundamentos rigorosos para análise de circuitos, com implicações práticas imediatas para segurança, fairness e eficiência de sistemas de IA. A formalização matemática proposta, combinando teoria de grafos, causalidade e teoria da informação, oferece framework unificado para futuras investigações. Criticamente, nossos resultados sugerem que a dicotomia tradicional entre performance e interpretabilidade pode ser falsa - a compreensão mecanística pode, de fato, levar a modelos mais robustos e eficientes. À medida que modelos de linguagem e visão escalam para trilhões de parâmetros, a necessidade de métodos escaláveis de interpretabilidade torna-se ainda mais premente. O caminho adiante requer colaboração interdisciplinar, combinando insights de neurociência, física estatística, teoria de sistemas e ciência da computação. Apenas através desta síntese poderemos desenvolver IA verdadeiramente interpretável, confiável e alinhada com valores humanos. ## Referências [1] Lipton, Z. C. (2018). "The Mythos of Model Interpretability". Communications of the ACM, 61(10), 36-43. DOI: https://doi.org/10.1145/3233231 [2] Rudin, C. (2019). "Stop explaining black box machine learning models for high stakes decisions and use interpretable models instead". Nature Machine Intelligence, 1(5), 206-215. DOI: https://doi.org/10.1038/s42256-019-0048-x [3] Olah, C., Cammarata, N., Schubert, L., Goh, G., Petrov, M., & Carter, S. (2020). "Zoom In: An Introduction to Circuits". Distill, 5(3), e00024.001. 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