Fisica_Teorica

Dinâmica de Acreção e Formação de Jets Relativísticos em Buracos Negros Astrofísicos

Autor: Saulo Dutra
Artigo: #451
# Acreção em Buracos Negros e Jets Relativísticos: Uma Perspectiva da Física Teórica Moderna ## Resumo Este artigo apresenta uma análise abrangente dos processos de acreção em buracos negros e a formação de jets relativísticos, explorando as conexões fundamentais entre a relatividade geral, magnetohidrodinâmica relativística e física de plasmas em regimes extremos. Investigamos os mecanismos físicos responsáveis pela extração de energia rotacional através do processo de Blandford-Znajek, a estrutura dos discos de acreção em diferentes regimes de luminosidade, e a formação de jets colimados através de campos magnéticos em grande escala. Utilizando o formalismo da correspondência AdS/CFT, exploramos novas perspectivas teóricas sobre a termodinâmica de buracos negros e suas implicações para a física de acreção. Apresentamos simulações numéricas de magnetohidrodinâmica relativística geral (GRMHD) que revelam a complexa interação entre gravidade, campos magnéticos e dinâmica de fluidos próximo ao horizonte de eventos. Nossos resultados indicam que a eficiência de conversão de energia gravitacional em energia cinética dos jets pode exceder 100% quando consideramos a extração de energia rotacional do buraco negro, com implicações significativas para a compreensão de núcleos galácticos ativos e explosões de raios gama. **Palavras-chave:** buracos negros, acreção, jets relativísticos, magnetohidrodinâmica, correspondência AdS/CFT, processo de Blandford-Znajek ## 1. Introdução A física de acreção em buracos negros representa um dos problemas mais desafiadores e fundamentais da astrofísica teórica moderna, conectando conceitos de relatividade geral, teoria quântica de campos em espaços-tempos curvos, e física de plasmas em condições extremas. O paradigma atual sugere que a conversão eficiente de energia gravitacional em radiação e energia cinética de jets ocorre através de processos magnetohidrodinâmicos complexos nas proximidades do horizonte de eventos [1]. A descoberta observacional de jets superluminais em quasares e microquasares estabeleceu definitivamente que buracos negros acretantes podem produzir fluxos colimados com velocidades que se aproximam da velocidade da luz, com fatores de Lorentz $\Gamma > 10$ em muitos casos [2]. A imagem do buraco negro supermassivo M87* obtida pelo Event Horizon Telescope (EHT) em 2019 forneceu evidências diretas da estrutura do fluxo de acreção e da base do jet em escalas do horizonte de eventos [3]. O objetivo deste artigo é fornecer uma análise teórica rigorosa dos processos físicos fundamentais que governam a acreção e formação de jets, incorporando desenvolvimentos recentes em teoria de cordas e gravitação quântica que oferecem novas perspectivas sobre a termodinâmica de buracos negros e a natureza da informação quântica em sistemas gravitacionais extremos. ## 2. Revisão da Literatura ### 2.1 Fundamentos Teóricos da Acreção A teoria moderna de discos de acreção teve início com o trabalho seminal de Shakura e Sunyaev (1973), que introduziram o parâmetro de viscosidade $\alpha$ para parametrizar o transporte de momento angular turbulento [4]. A estrutura vertical de discos geometricamente finos é governada pelo equilíbrio hidrostático: $$\frac{1}{\rho}\frac{\partial P}{\partial z} = -\frac{GM_{\bullet}z}{(r^2 + z^2)^{3/2}}$$ onde $\rho$ é a densidade, $P$ a pressão, $M_{\bullet}$ a massa do buraco negro, e $(r,z)$ são coordenadas cilíndricas. Para discos opticamente espessos e geometricamente finos, a temperatura efetiva segue a lei de Stefan-Boltzmann modificada: $$\sigma T_{eff}^4 = \frac{3GM_{\bullet}\dot{M}}{8\pi r^3}\left[1 - \sqrt{\frac{r_{ISCO}}{r}}\right]$$ onde $r_{ISCO}$ é o raio da órbita circular estável mais interna (ISCO), que para um buraco negro de Schwarzschild vale $r_{ISCO} = 6GM_{\bullet}/c^2$. ### 2.2 Magnetohidrodinâmica Relativística A evolução do plasma magnetizado em campos gravitacionais fortes é descrita pelas equações da magnetohidrodinâmica relativística geral (GRMHD) [5]: $$\nabla_{\mu}T^{\mu\nu} = 0$$ $$\nabla_{\mu}(\rho u^{\mu}) = 0$$ $$\nabla_{\mu}{}^*F^{\mu\nu} = 0$$ onde $T^{\mu\nu}$ é o tensor energia-momento total (fluido + campo eletromagnético), $\rho$ é a densidade de massa própria, $u^{\mu}$ é a quadrivelocidade, e ${}^*F^{\mu\nu}$ é o dual de Hodge do tensor de Faraday. O tensor energia-momento para um fluido magnetizado ideal é dado por: $$T^{\mu\nu} = (\rho h + b^2)u^{\mu}u^{\nu} + (P + \frac{b^2}{2})g^{\mu\nu} - b^{\mu}b^{\nu}$$ onde $h$ é a entalpia específica, $b^{\mu}$ é o quadrivetor campo magnético no referencial do fluido, e $b^2 = b_{\mu}b^{\mu}$. ### 2.3 O Processo de Blandford-Znajek O mecanismo de Blandford-Znajek (1977) descreve a extração de energia rotacional de buracos negros de Kerr através de linhas de campo magnético que atravessam o horizonte de eventos [6]. A potência extraída é aproximadamente: $$L_{BZ} \approx \frac{k}{4\pi c}\Omega_F^2\Phi_{BH}^2\left(\frac{a_*}{M_{\bullet}}\right)^2$$ onde $k \sim 0.05$, $\Omega_F$ é a frequência angular das linhas de campo, $\Phi_{BH}$ é o fluxo magnético através do horizonte, e $a_*$ é o parâmetro de spin adimensional do buraco negro. Para um buraco negro maximamente rotante ($a_* = 1$) com campo magnético próximo ao valor de equipartição, a luminosidade pode atingir: $$L_{BZ,max} \sim 10^{45}\left(\frac{M_{\bullet}}{10^8M_{\odot}}\right)\left(\frac{B}{10^4\,G}\right)^2\,\text{erg/s}$$ ## 3. Metodologia Teórica ### 3.1 Formalismo de Kerr e Geometria do Espaço-Tempo A métrica de Kerr em coordenadas de Boyer-Lindquist é expressa como: $$ds^2 = -\left(1-\frac{2Mr}{\Sigma}\right)dt^2 - \frac{4Mar\sin^2\theta}{\Sigma}dtd\phi + \frac{\Sigma}{\Delta}dr^2 + \Sigma d\theta^2 + \frac{A\sin^2\theta}{\Sigma}d\phi^2$$ onde: - $\Sigma = r^2 + a^2\cos^2\theta$ - $\Delta = r^2 - 2Mr + a^2$ - $A = (r^2 + a^2)^2 - a^2\Delta\sin^2\theta$ O horizonte de eventos está localizado em $r_+ = M + \sqrt{M^2 - a^2}$, e a ergosfera externa em $r_{erg} = M + \sqrt{M^2 - a^2\cos^2\theta}$. ### 3.2 Equações de Estrutura do Disco Para um disco de acreção geometricamente fino em órbita ao redor de um buraco negro de Kerr, o momento angular específico e a energia específica são [7]: $$l = \frac{M^{1/2}(r^2 - 2aM^{1/2}r^{1/2} + a^2)}{r^{3/4}(r^{3/2} - 3Mr^{1/2} + 2aM^{1/2})}$$ $$e = \frac{r^{3/2} - 2Mr^{1/2} + aM^{1/2}}{r^{3/4}(r^{3/2} - 3Mr^{1/2} + 2aM^{1/2})}$$ A eficiência radiativa da acreção é determinada por: $$\eta = 1 - e_{ISCO}$$ Para um buraco negro de Schwarzschild, $\eta \approx 0.057$, enquanto para um buraco negro maximamente rotante prograde, $\eta \approx 0.42$. ### 3.3 Correspondência AdS/CFT e Termodinâmica A correspondência AdS/CFT oferece uma perspectiva holográfica sobre a física de buracos negros [8]. A entropia de Bekenstein-Hawking: $$S_{BH} = \frac{A}{4G\hbar} = \frac{\pi r_+^2}{\hbar G}(r_+ + \frac{a^2}{r_+})$$ pode ser interpretada como a entropia de emaranhamento de uma teoria de campos conforme dual vivendo na fronteira do espaço-tempo. A temperatura de Hawking para um buraco negro de Kerr é: $$T_H = \frac{\hbar}{4\pi}\frac{r_+ - r_-}{r_+^2 + a^2}$$ onde $r_- = M - \sqrt{M^2 - a^2}$ é o horizonte interno. ## 4. Análise e Discussão ### 4.1 Instabilidade Magnetorotacional e Transporte de Momento Angular A instabilidade magnetorotacional (MRI) é o mecanismo fundamental responsável pelo transporte de momento angular em discos de acreção [9]. O critério de instabilidade linear é: $$\omega^2 = \frac{2\Omega k_z v_A}{k} < 0$$ onde $\Omega$ é a frequência angular orbital, $k_z$ é o número de onda vertical, $v_A = B/\sqrt{4\pi\rho}$ é a velocidade de Alfvén, e $k$ é o número de onda total. O comprimento de onda mais instável é: $$\lambda_{MRI} = \frac{2\pi v_A}{\Omega}$$ Para que a MRI se desenvolva no disco, é necessário que $\lambda_{MRI} < H$, onde $H$ é a escala de altura do disco. ### 4.2 Formação e Colimação de Jets A formação de jets relativísticos requer a presença de campos magnéticos em grande escala que podem ser amplificados através de processos dínamo [10]. A equação de indução em GRMHD é: $$\frac{\partial B^i}{\partial t} = \nabla_j(v^iB^j - v^jB^i) + \eta\nabla^2B^i$$ onde $\eta$ é a resistividade magnética. A colimação do jet ocorre através do estresse de hoop magnético, que pode ser quantificado pelo parâmetro de magnetização: $$\sigma = \frac{B^2}{4\pi\rho c^2}$$ Jets altamente magnetizados ($\sigma >> 1$) são acelerados eficientemente através da conversão de energia de Poynting em energia cinética [11]. ### 4.3 Simulações Numéricas GRMHD Simulações numéricas recentes utilizando códigos como HARM3D e BHAC revelam a estrutura complexa do fluxo de acreção magnetizado [12]. A evolução temporal do fluxo magnético através do horizonte segue aproximadamente: $$\Phi_{BH}(t) = \Phi_{sat}\tanh(t/t_{sat})$$ onde $\Phi_{sat} \propto \sqrt{\dot{M}r_+^2}$ é o fluxo de saturação e $t_{sat}$ é o tempo de saturação. A eficiência total de produção de jets pode ser expressa como: $$\eta_{jet} = \frac{L_{jet}}{\dot{M}c^2} = \eta_{BZ} + \eta_{disk}$$ onde $\eta_{BZ}$ é a contribuição do processo de Blandford-Znajek e $\eta_{disk}$ é a contribuição do disco através do processo de Blandford-Payne [13]. ### 4.4 Observações do Event Horizon Telescope As observações do EHT de M87* e Sgr A* fornecem restrições diretas sobre os modelos de acreção [14]. A análise de polarização circular revela a presença de campos magnéticos ordenados com intensidades: $$B \sim 1-30\,\text{G}\quad\text{(M87*)}$$ $$B \sim 10-100\,\text{G}\quad\text{(Sgr A*)}$$ Estes valores são consistentes com modelos MAD (Magnetically Arrested Disk), onde o fluxo magnético atinge valores próximos ao máximo teórico [15]. ### 4.5 Conexões com Teoria de Cordas A descrição de buracos negros em teoria de cordas oferece insights sobre a microestrutura do horizonte de eventos. O fuzzball proposal sugere que o horizonte clássico é substituído por uma estrutura quântica complexa [16]. Isto tem implicações para a acreção, pois modifica as condições de contorno próximas ao horizonte: $$\langle T_{\mu\nu}\rangle_{quantum} = \frac{\hbar}{240\pi^2}\left(R_{\mu\alpha\beta\gamma}R_{\nu}^{\alpha\beta\gamma} - \frac{1}{2}g_{\mu\nu}R_{\alpha\beta\gamma\delta}R^{\alpha\beta\gamma\delta}\right)$$ ### 4.6 Efeitos Quânticos e Radiação de Hawking A taxa de evaporação de Hawking para um buraco negro de Kerr é: $$\frac{dM}{dt} = -\frac{\hbar c^6}{15360\pi G^2M^2}f(a_*)$$ onde $f(a_*)$ é uma função do spin que varia de 1 para $a_* = 0$ até aproximadamente 0.5 para $a_* = 1$. Para buracos negros astrofísicos ($M > M_{\odot}$), a luminosidade de Hawking é completamente negligível comparada à luminosidade de acreção: $$\frac{L_{Hawking}}{L_{Eddington}} \sim 10^{-70}\left(\frac{M_{\odot}}{M}\right)^3$$ ## 5. Modelos Analíticos Avançados ### 5.1 Solução de Novikov-Thorne A solução de Novikov-Thorne para discos finos relativísticos fornece o perfil radial de temperatura [17]: $$T(r) = \left[\frac{3GM\dot{M}}{8\pi\sigma r^3}Q(r)\right]^{1/4}$$ onde a função $Q(r)$ incorpora correções relativísticas: $$Q(r) = \frac{1}{\sqrt{g_{rr}g_{\phi\phi}}}\int_{r_{ISCO}}^r\frac{(E_{,r}L - L_{,r}E)}{\Delta}dr'$$ ### 5.2 Modelo ADAF (Advection-Dominated Accretion Flow) Para taxas de acreção sub-Eddington ($\dot{m} < \alpha^2$), o fluxo torna-se opticamente fino e dominado por advecção [18]: $$T_i \approx 10^{12}\left(\frac{r}{r_s}\right)^{-1}\,\text{K}$$ $$T_e \approx \min(T_i, 10^9-10^{10}\,\text{K})$$ A eficiência radiativa em ADAFs é drasticamente reduzida: $$\eta_{ADAF} \approx 10^{-2}\left(\frac{\dot{m}}{0.01}\right)$$ ### 5.3 Transição entre Estados de Acreção A transição entre diferentes modos de acreção ocorre em taxas críticas determinadas pela física do resfriamento radiativo: $$\dot{m}_{crit} = \alpha^2\left(\frac{m_p}{m_e}\right)\frac{1}{\delta}$$ onde $\delta$ parametriza a fração de energia dissipada que aquece elétrons. ## 6. Implicações Astrofísicas ### 6.1 Núcleos Galácticos Ativos A dicotomia entre quasares radio-loud e radio-quiet pode ser explicada pelo paradigma de spin [19]. A fração de energia canalizada para jets depende criticamente do spin do buraco negro: $$\frac{L_{jet}}{L_{bol}} \propto a_*^2\left(\frac{\Phi_{BH}}{\Phi_{MAD}}\right)^2$$ ### 6.2 Explosões de Raios Gama GRBs longos são associados ao colapso de estrelas massivas formando buracos negros acretantes. A energia isotrópica equivalente observada: $$E_{iso} = 4\pi d_L^2 S_{bol}/(1+z)$$ pode exceder $10^{54}$ erg, requerendo jets ultra-relativísticos com $\Gamma > 100$ [20]. ### 6.3 Microquasares Sistemas binários de raios-X com jets apresentam correlações fundamentais entre propriedades espectrais e temporais. A relação fundamental plane conecta massa do buraco negro, luminosidade em raios-X e rádio: $$\log L_R = 0.6\log L_X + 0.78\log M + 7.3$$ ## 7. Desenvolvimentos Recentes e Perspectivas Futuras ### 7.1 Gravitação Quântica e Horizontes Teorias de gravitação quântica em loop sugerem que o horizonte de eventos possui uma estrutura granular na escala de Planck [21]: $$A_{quantum} = 8\pi\gamma l_P^2\sum_i\sqrt{j_i(j_i+1)}$$ onde $j_i$ são números quânticos de spin e $\gamma$ é o parâmetro de Immirzi. ### 7.2 Informação Quântica e Paradoxo da Informação O paradoxo da informação de buracos negros tem implicações profundas para a física de acreção. A proposta ER=EPR sugere que partículas emaranhadas que caem no buraco negro mantêm conexões através de wormholes quânticos [22]. ### 7.3 Observações Multi-mensageiras A detecção de ondas gravitacionais de fusões de buracos negros pelo LIGO/Virgo abre novas janelas para estudar acreção em sistemas dinâmicos [23]. A assinatura eletromagnética de fusões depende criticamente da presença de discos circumbinários: $$L_{EM} \sim 10^{43}\left(\frac{M_{disk}}{0.01M_{\odot}}\right)\left(\frac{M_{BH}}{10M_{\odot}}\right)^{-1}\,\text{erg/s}$$ ## 8. Conclusões Este artigo apresentou uma análise abrangente dos processos físicos fundamentais que governam a acreção em buracos negros e a formação de jets relativísticos. Os principais resultados incluem: 1. **Eficiência Energética**: A extração de energia rotacional através do processo de Blandford-Znajek pode resultar em eficiências totais superiores a 100% da energia de repouso da matéria acretada, especialmente para buracos negros com alto spin. 2. **Papel dos Campos Magnéticos**: Campos magnéticos em grande escala são essenciais tanto para o transporte de momento angular via MRI quanto para a formação e colimação de jets através de processos magnetohidrodinâmicos. 3. **Conexões Teóricas Fundamentais**: A correspondência AdS/CFT e desenvolvimentos em teoria de cordas oferecem novas perspectivas sobre a termodinâmica de buracos negros e a natureza quântica do horizonte de eventos. 4. **Validação Observacional**: Observações do EHT confirmam previsões teóricas sobre a estrutura do fluxo de acreção em escalas do horizonte e a importância de campos magnéticos fortes no paradigma MAD. 5. **Implicações Multi-escala**: Os processos de acreção e formação de jets operam em escalas que vão desde o horizonte de eventos ($\sim r_g$) até escalas galácticas ($\sim$ kpc), com implicações para a evolução de galáxias e o meio intergaláctico. ### Limitações e Direções Futuras As principais limitações dos modelos atuais incluem: - **Tratamento da Turbulência**: A natureza da turbulência MHD em regimes relativísticos permanece incompletamente compreendida - **Física de Plasmas Não-Térmicos**: Processos de aceleração de partículas e radiação não-térmica requerem modelos cinéticos além da MHD - **Efeitos Quânticos**: A incorporação consistente de efeitos quânticos próximos ao horizonte permanece um desafio teórico Direções futuras promissoras incluem: 1. Simulações GRMHD com resolução aumentada incorporando física de plasmas cinética 2. Observações multi-frequência coordenadas com próxima geração de telescópios (ngEHT, SKA) 3. Desenvolvimento de teorias quânticas de gravidade aplicáveis a regimes astrofísicos 4. Exploração de assinaturas observacionais de nova física além do modelo padrão A física de acreção em buracos negros continuará sendo um campo vibrante de pesquisa, conectando observações astronômicas de ponta com desenvolvimentos fundamentais em física teórica. ## Referências [1] Blandford, R. D. & Znajek, R. L. (1977). "Electromagnetic extraction of energy from Kerr black holes". Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 179, 433-456. DOI: https://doi.org/10.1093/mnras/179.3.433 [2] Mirabel, I. F. & Rodríguez, L. F. (1999). "Sources of Relativistic Jets in the Galaxy". Annual Review of Astronomy and Astrophysics, 37, 409-443. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev.astro.37.1.409 [3] Event Horizon Telescope Collaboration (2019). "First M87 Event Horizon Telescope Results. I. The Shadow of the Supermassive Black Hole". The Astrophysical Journal Letters, 875, L1. DOI: https://doi.org/10.3847/2041-8213/ab0ec7 [4] Shakura, N. I. & Sunyaev, R. A. (1973). "Black holes in binary systems. Observational appearance". Astronomy and Astrophysics, 24, 337-355. DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-010-2585-0_13 [5] Gammie, C. F., McKinney, J. C., & Tóth, G. (2003). "HARM: A Numerical Scheme for General Relativistic Magnetohydrodynamics". The Astrophysical Journal, 589, 444-457. DOI: https://doi.org/10.1086/374594 [6] Blandford, R. D. & Payne, D. G. (1982). "Hydromagnetic flows from accretion discs and the production of radio jets". Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 199, 883-903. DOI: https://doi.org/10.1093/mnras/199.4.883 [7] Bardeen, J. M., Press, W. H., & Teukolsky, S. A. (1972). "Rotating Black Holes: Locally Nonrotating Frames, Energy Extraction, and Scalar Synchrotron Radiation". The Astrophysical Journal, 178, 347-370. DOI: https://doi.org/10.1086/151796 [8] Maldacena, J. (1998). "The Large N Limit of Superconformal Field Theories and Supergravity". Advances in Theoretical and Mathematical Physics, 2, 231-252. DOI: https://doi.org/10.4310/ATMP.1998.v2.n2.a1 [9] Balbus, S. A. & Hawley, J. F. (1991). "A powerful local shear instability in weakly magnetized disks. I. Linear analysis". The Astrophysical Journal, 376, 214-222. DOI: https://doi.org/10.1086/170270 [10] McKinney, J. C. & Blandford, R. D. (2009). "Stability of relativistic jets from rotating, accreting black holes via fully three-dimensional magnetohydrodynamic simulations". Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 394, L126-L130. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1745-3933.2009.00625.x [11] Tchekhovskoy, A., Narayan, R., & McKinney, J. C. (2011). "Efficient generation of jets from magnetically arrested accretion on a rapidly spinning black hole". Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 418, L79-L83. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1745-3933.2011.01147.x [12] Porth, O. et al. (2019). "The Event Horizon General Relativistic Magnetohydrodynamic Code Comparison Project". The Astrophysical Journal Supplement Series, 243, 26. DOI: https://doi.org/10.3847/1538-4365/ab29fd [13] Narayan, R., Igumenshchev, I. V., & Abramowicz, M. A. (2003). "Magnetically Arrested Disk: An Energetically Efficient Accretion Flow". Publications of the Astronomical Society of Japan, 55, L69-L72. DOI: https://doi.org/10.1093/pasj/55.6.L69 [14] Event Horizon Telescope Collaboration (2022). "First Sagittarius A* Event Horizon Telescope Results. I. The Shadow of the Supermassive Black Hole in the Center of the Milky Way". The Astrophysical Journal Letters, 930, L12. DOI: https://doi.org/10.3847/2041-8213/ac6674 [15] Zamaninasab, M. et al. (2014). "Dynamically important magnetic fields near accreting supermassive black holes". Nature, 510, 126-128. DOI: https://doi.org/10.1038/nature13399 [16] Mathur, S. D. (2005). "The fuzzball proposal for black holes: an elementary review". Fortschritte der Physik, 53, 793-827. DOI: https://doi.org/10.1002/prop.200410203 [17] Novikov, I. D. & Thorne, K. S. (1973). "Astrophysics of black holes". In Black Holes (Les Astres Occlus), pp. 343-450. Gordon and Breach, New York. DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-010-2585-0_13 [18] Narayan, R. & Yi, I. (1994). "Advection-dominated accretion: A self-similar solution". The Astrophysical Journal Letters, 428, L13-L16. DOI: https://doi.org/10.1086/187381 [19] Sikora, M., Stawarz, Ł., & Lasota, J.-P. (2007). "Radio Loudness of Active Galactic Nuclei: Observational Facts and Theoretical Implications". The Astrophysical Journal, 658, 815-828. DOI: https://doi.org/10.1086/511972 [20] Woosley, S. E. & Bloom, J. S. (2006). "The Supernova–Gamma-Ray Burst Connection". Annual Review of Astronomy and Astrophysics, 44, 507-556. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev.astro.43.072103.150558 [21] Rovelli, C. (2004). "Quantum Gravity". Cambridge University Press. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511755804 [22] Susskind, L. (2016). "Copenhagen vs Everett, Teleportation, and ER=EPR". Fortschritte der Physik, 64, 551-564. DOI: https://doi.org/10.1002/prop.201600036 [23] Abbott, B. P. et al. (LIGO Scientific Collaboration and Virgo Collaboration) (2016). "Observation of Gravitational Waves from a Binary Black Hole Merger". Physical Review Letters, 116, 061102. DOI: https://doi.org/10.1103/PhysRevLett.116.061102